Um filme intenso, brutal, ambíguo, amargo. Kurosawa vai no cerne das engrenagens da corrupção, no poder corrosivo do sistema em uma sociedade dissimulada, nos corpos vivos e mortos que ficam pelo caminho. A sensação é de impotência. O gosto é de tragédia. Uma das melhores realizações do mestre japonês.
Apesar de meio "novelesco" o roteiro é bem engendrado quando foca no tom politico, as atuações são boas(é estranho ver mifune sem uma espada) e a "lição" final é arrepiante. OBS: A cena do casamento é muito bem feita e lembrou um pouco Costa-Gravas.
Filme distante cronologicamente e também espacialmente , porém representa tranquilamente nossa realidade atual, esquemas de construtoras e governo, desvio, superfaturamento, queima de arquivo enfim. Condução excelente e mais um grande filme de Kurosawa.
Lindo ver um Kurosawa num belo P&B em Scope. Das suas adaptacões de Shakespeare é a mais livre, e talvez a melhor, por conseguir transportar com muito mérito prum contexto social do Japão pós-guerra e com uma visão sensível da corrupcão. Introducão genial
Um filme menor de Kurosawa. Aqui, a sobriedade característica de suas obras acaba se confundindo com um roteiro burocrático, distante do espectador e de cunho esquemático.