- Direção
- Kenji Mizoguchi
- Roteiro:
- Masashige Narusawa (roteiro), Yoshiko Shibaki (romance)
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Japão
- Duração:
- 87 minutos
Lupas (11)
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Em seu último filme, Mizoguchi contou uma história triste e amarga. Ele filmou a realidade de mulheres esquecidas, exploradas, renegadas, lutando como podem. Mulheres que são as maiores vítimas da pobreza, convivem com a hipocrisia dos homens, a total falta de vontade dos governantes. Para essas mulheres restaram a alienação, a loucura, a trapaça, a resignação, a dor de ser. Impressiona como Mizoguchi era capaz de revelar um mar de sensações apenas no enquadramento, no olhar singelo da câmera.
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Mizoguchi tinha bastante tato para abordar o cotidiano das mulheres da primeira metade do século XX e os desdobramentos terríveis que uma linha de pensamento machista e hipócrita impunha a elas. É o que acontece também aqui, e seu elenco majoritariamente feminino tem ótimas chances em cena para demonstrar o quanto a sociedade da época queria varrer para debaixo do tapete o que já era fato notório para qualquer um.
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Submissão cruel através do casamento e principalmente da prostituição, que prendem as mulheres - seus desejos e sonhos - aos corpos masculinos. A força do filme reside em sempre mostrar a fragilidade imposta pela opressão (a culpa que a mulher carrega), gerando até mesmo conflitos entre mãe e filho, algo muito bem retratado nesse trabalho.
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Mizoguchi entra na polêmica sobre a prostituição e sua proibição. Entre a hipocrisia da sociedade, várias histórias das dificuldades dessas mulheres e o ciclo sem fim que inevitavelmente ocorre.
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Embora tenha bons momentos e uma obvia coragem e força, no fim não resiste a própria obviedade das situações, os exageros de atuação e as insuportáveis exposições, que não param em nenhum momento. Até agora, infelizmente, não senti o cinema do Mizoguchi.
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Tive acesso à uma versão mal legendada mas apesar de reconhecer a importância do filme em seu discurso confesso que saio um tanto enfadado com a redundância do discurso do MIzoguchi e sua constante critica à posição da mulher na sociedade japonesa.
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Filme equilibrado, foge de caminhos fáceis e não há apelações. Há espaço para os mais diversos sentimentos, construindo personagens honestas e ambíguas. Embora, nada muito marcante.
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15/11/14
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Mizoguchi revisita o seu tema favorito com sobriedade e sem pudores, sustentado pela força de seus diálogos. Para o seu próprio bem, suas gueixas passam muuito longe daquelas prostitutas ingênuas e românticas dos filmes do Fellini.
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Mizoguchi compõe um retrato sobre a prostituição repleto de ambigüidade: há sofrimento mas há também carinho, amizade. Última cena destruidora.
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Surpreende pelo modo claro,sincero e direto como trata a prostituição. Em poucas palavras define a situação econômica do Japão pós-guerra,problemas sociais e familiares.Merece destaque por não cair no choro fácil e se manter lúcido e fiel ao seu estilo.