Fausto” lança perguntas e entrega doses homeopáticas de respostas ao redor da fé, da filosofia e da função humana no (e com o) mundo por meio da corrupção, não somente envolvendo dinheiro, mas também reconhecimento social e intelectual.
Se tentar acompanhar o QI de Goethe (alguns estudiosos, com pesquisas, consideram o maior de todos os tempo) já é impossível, imagina então entender uma pretensiosa interpretação alegórica baseada em obra sua! Esforço para doidivanas... Sem condição!
Nunca penhore sua alma com o capeta. (Mas, caso precise de um wingman, ele pode ser bem útil.) No fundo, todo o papinho filosófico de Fausto era mesmo só pra conseguir sentir o doce aroma de peixe da menina. De tanto cobiçá-lo, até o do enxofre espantou..
Não havia assistido a nenhum filme do diretor, mas este "Fausto" me deixou uma impressão muito boa. Denso e visualmente lindo, embora extremamente cansativo (os mais de 140 minutos demoram um bocado para passar).
Ainda que com o ritmo (sono)lento, e por vezes frio e acadêmico, consegue encontrar seu caminho lá pelas tantas, criando uma atmosfera pesada, com personagens atormentados e deformados, e Fausto em total conflito interior.
Fábula despretensiosa com ótimas metáforas ao longo do (excessivamente) longo percurso, orquestrado por parte técnica impecável. Destaque para a ESPETACULAR atuação de Anton Adasinsky, e aos raros porém espetaculares momentos da obra.
Impactante tanto no visual quanto no texto,com sua poesia depressiva arrasadora e sua movimentação coreografada belíssima.
Recriação de alto nível nos fazem imergir direto e sem rodeios para um bucólico e vivo passado.