Como na grande maioria dos "Polares" fico naquele limbo entre admiração estética enquanto o roteiro e a trama me parecem frias demais para o meu palato e raramente conseguem me envolver. No geral, é bom e frio, frio , frio.
Gabin, em toda a sua elegância, conduz esse enredo de roubo e traição, levando o público em uma toada discreta, na qual verter lágrimas por uma perda é algo impensável. O sofrimento se concentra no interior. Pautado por uma melodia desalentada, preferencialmente.
Dos polares mais melancólicos que já assisti, realizado pela sensibilidade ímpar de Becker, trazendo Gabin no papel que renovaria sua carreira. Extremamente sedutor, elegante e misterioso, Max é um personagem desenvolvido com muita segurança pelo veterano ator, que aqui nos brinda com ótimas sequências de ação e tristeza. Ainda tem Jeanne Moreau e Lino Ventura pra deixar tudo melhor! Belíssimo exemplar que viria a se tornar modelo para os posteriores filmes de gangsteres na França.
Melancolia intimista do gangsterismo francês, um eterno-retorno fadado a desgraça. Longe de ser meu estilo favorito, mas muito sólido (vale como antimatéria do deslumbramento pelo poder fantasiado em cores por Scorsese).
Mistura perfeita entre o filme Noir (ou o puro Cinema de gângster europeu) e o drama intimista (quase um estudo de personagem). Ainda coloca Jacques Becker como um realizador de completo domínio da narrativa. Por fim, Jean Gabin está absurdo.