- Direção
- Kleber Mendonça Filho
- Roteiro:
- Kleber Mendonça Filho (roteiro)
- Gênero:
- Drama, Suspense
- Origem:
- Brasil
- Estreia:
- 04/01/2013
- Duração:
- 131 minutos
Lupas (75)
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Melhor KMF. No esquema de sempre de uma montanha de personagens de desenvolvimento um pouco incerto, acaba desenvolvendo mais mesmo é o ambiente, o que casa muito bem com o título e proposta. Bons insights pontuais de metáforas sociais, com alguma boa utilização do onírico. Dá aquela clássica aceleradaça no final, deixando um mil de pontas soltas, mas aí depende do gosto do freguês. No geral, muito competente. As atuações extremamente orgânicas são ponto alto.
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Assistir esse longa metragem de estréia de KMF após uma familiarização de suas obras anteriores e posterioes engrandece minha percepção do próprio filme e de sua obra como um todo. Nesse circo tipológico contemporâneo, essencialmente modelado nos traços sóciais perpetuados durante a história do país, KMF trabalha a essência da sua de modo contemplativo, como mais um morador dessa vizinhança. A partir daqui, o diretor escolheria seus pontos mais fortes a serem desenvolvidos no seu trabalho.
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A forma íntima como Kleber Mendonça Filho constrói seu filme, apropriando-se de diversas referências, imagéticas e sonoras, para guiar nosso olhar, nos aproxima de uma realidade brasileira ainda vivíssima.
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Mendonça sabe trabalhar bem com as sutilezas do cotidiano com um bom subtexto político que não chega a ser panfletário, mas depois ele acabaria fazendo trabalhos melhores
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O argumento é muito maior que a execução! Atuações fracas e superficiais. Achei um tanto desleixado na parte artística e a trama soou vazia. Poderia ser um bom filme, faltou feeling.
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Incômodo e vazio, na mesma proporção.
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Difícil retratar um bairro, ter a missão de mostrar mais de uma casa, de uma família, um senso de comunidade. Com a excelente direção de KMF, as atitudes diárias dos moradores começam a afetar a vida dos outros até um determinado ponto em que não tem mais volta. O abismo entre elite e classe média, entre patrão e funcionário, aflora desejos dos quem não tem poder, querer ter quando tem oportunidade. E quem já tem, esquecer o passado às vezes não passa despercebido.
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Consegue desenvolver bem a ideia de múltiplas histórias, ressaltando a individualidade das personagens, embora não perfeitamente (o casal principal, por exemplo).
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O primeiro dos até então três grandes filmes de KMF já apresenta seu estilo de direção idiossincrático. Dos três, "O som ao redor" é o que deixa sua trama mais implícita. A ideia principal em torno da luta de classes que atravessa o tempo pode ser facilmente identificada, mas o longa extrapola nas mensagens além da tela. O pós-filme é quase como se fosse um filme a parte. Uma grande busca por respostas, que não parecem ser dadas na tela. Minha reação no final foi do tipo: WTF??
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O Som ao Redor é monumental. Da crítica que se tece de forma sutil, mas não inofensiva, às classes média e alta, passando pelas imagens simples, cotidianas, mas belamente filmadas, e desaguando no incômodo provocado por sons corriqueiros ou com ares sobrenaturais que rasgam os silêncios e preenchem as subjetividades: tudo se articula para sustentar uma obra que, lenta e longamente, penetra naquela rua e naquelas casas de onde todo o Brasil pode ser contemplado.
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Um pouco super estimado. Não vejo grandes chances de Oscar, muito embora o "ba-fa-fá" vá ser enorme. No mais um filme bom apenas, sinto que poderia ter sido maior por sua temática.
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Porque a mulher bateu na outra na hora em que estavam entregando a tv?
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Brasileiríssimo. Miscelânea estética (Kubrick, Leone, Antonioni, nouvelle vague...) assim como a cultura no país. Olha a promiscuidade, a realidade/onírico, o público/privado e a saturação da cidade. Segundo Chico Science: da lama ao caos, do caos à lama.
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Filme feito com características do cinema de Tarantino.
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Histórias que poderiam acontecer na sua rua, como um cachorro que late a noite e não deixa a vizinha dormir, ou os roubos a carros realizados por playboys que não têm mais nada pra fazer, fazem desse filme um retrato palpável da sociedade! Único!
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Por incrível que pareça em alguns momentos senti falta de legendas. Por outro lado, parecia que as imagens e sons cobriam essa falta de forma lucrativa. Cinema de altíssima qualidade.
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Mais do que um ótimo (e crítico) retrato do Brasil atual e da nossa própria herança colonialista, também é uma obra composta de personagens riquíssimos. Lotada de momentos que comprovam o brilhantismo de KMF é, sem dúvida, excepcional no que se propõe.
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Quando KMF entre outras coisas mostra uma reunião de condomínio ligeiramente escrota na qual uma dondoca reclama que recebe a VEJA (!!!) fora do plástico, demonstra um desprezo excessivo pela classe média. De qualquer forma o filme vai muito além disso...
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Retrato realista e interessante da classe média brasileira.
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Uma direção incrível que se utiliza de um roteiro simples e rico que retrata uma sociedade que realmente não mudou muito no decorrer dos séculos. Imageticamente e sonoramente rico, é um filme sutil, mas profundo e estranhamente perturbador.