Lupas (6)
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São 4 horas da mais profunda miséria humana, em todas as suas faces possíveis. Não dá pra ver isso e continuar a mesma pessoa. O cinema do Lav faz cada momento ser vivido pelo expectador, cada pedaço de uma tristeza da mais bela possível (por se tratar de uma ficção) e da mais pesada possível (por se tratar de uma verdade, que acontece a cada minuto, em todo lugar, sobretudo em terras tão banhadas de sangue, como a Filipinas, o Brasil ou qualquer país latino ou africano).
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Cinematografia visualmente muito impressionante de Lav Diaz. Apesar de um primeiro contato com seu cinema e um certo receio por sua costumeira longa metragem Norte tem uma cadência bastante agradável além de um poder crítico relevante. Ansioso por próximos títulos do diretor.
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Ao longo de sua extensa duração - que não significa ser arrastado -, leva o espectador a provar uma ironia amarga e cortante. O sentimento de culpa devora a alma e a verdadeira prisão não é palpável, conforme vai se verificando à medida que esta releitura do clássico de Doistoiévski se mostra e desenvolve sua potência.
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Grande retrato de nossa impotência em relação ao caos que é a vida. "A vida é apnas uma sombra ambulante de um pobre ator que gesticula em cena uma h ou duas e dps n é mais ouvido.Ela é um conto cheio de ruído e fúria dito por um louco significando nd" W
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A brutalidade e a graça. De uma panorâmica aérea sobrevoando a aldeia que o prisioneiro deixou pra trás, até o fim do voo entre as grades da prisão: É por essas e outras sacadas que o filme parece ter uma hora de duração. Muito bom.
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Uma releitura de Crime e Castigo para falar sobre o fascismo nas Filipinas, com uma segunda metade bastante longa em que quem sofre o 'castigo' não é quem comete o crime, mas sim o povo, que paga por sua passividade enquanto o 'ditador' continua bruta...