A honestidade dos diálogos, a segurança da direção e a total naturalidade das atuações (Irandhir mais uma vez arrasa!) fazem um retrato sensível e bem humorado da sociedade brasileira da época - e com as devidas ligações com o agora.
Despojado e corajoso, Clécio e Fininha (soldado) roubam as cenas da trupe transgressora "chão de estrelas". So faltou um retrato mais vivo de época, pois o peso de se viver numa ditadura foi politicamente atenuado na projeção.
Mesmo não sendo uma obra-prima como muitos andam vendendo por ai, Tatuagem se destaca na nova reca do cinema nacional que, finalmente, parece ter tomado rumo e conseguido fazer bons filmes em um curto espaço de tempo.
Retrata bem o cotidiano do artista livre sem amarras e, de bônus, ainda traz números musicais muito ricos e provocativos. Por outro lado, se delonga demais, ficando repetitivo nos conflitos e na nudez arbitrária. Vinte minutos a menos não faria falta.