Destrincha com delicadeza e sensibilidade as complexidades dos relacionamentos, em que papéis e certezas estão em constante discussão, exceto uma: o amor.
Garrel pode fazer 50 filmes sobre relacionamentos enquanto seus personagens continuarem sendo o que há de mais humano no cinema - com seus erros e acertos, inseguranças e egoismo, eles amam de verdade, e o diretor faz o espectador crer nisso com fervor.
O roteiro é bastante eficiente ao trabalhar a densidade e a tensão do tema ao mesmo tempo que inclui algumas cenas mais leves, não só como alívio cômico, mas de forma a dar verossimilhança à história. Afinal, nem tudo é tragédia.
É criado um ciclo com as vontades particulares dos amantes para assim, com decoro, tirarmos nossas conclusões acerca das necessidades de cada um. Traições, mentiras, sentimentos, dúvidas e afins; são aqui recebidas como parte da natureza do homem.