Há uma densidade crescente no trabalho feito com as atuações, closes e na intermediação entre silêncios e trilhas. A preocupação com o tema, construído e apresentado pouco a pouco, estoura com intensidade e se materializa na realidade social.
Ancorada em narração em off, a imagem não consegue mostrar com eficiência; filme explicativo demais. E esteticamente tem pouco a oferecer. É curioso a temática do voyeurismo dar lugar ao feminismo, aqui serão as mulheres que abrirão a garrafa de vinho.
A primeira parte se salva pela tensão e pela apresentação do interessante trio protagonista. Em algum momento, porém, as coisas desandam e o roteiro passa a apelar descaradamente para soluções pífias, apesar das possibilidades do enredo. Razoável, e só.
Passagens de tempo que de nada servem e uma atmosfera quase televisiva (parece aqueles que passam no Supercine de sábado a noite na Globo), ao menos as atuações são boas.
Roteiro meio confuso no início, mas que acaba se mostrando mais esquemático e previsível que o proposto. Pelo menos há uma fotografia e uma trilha q mantém o clima.