Trama bem amarrada e absurda com um gancho social forte e contundente. Melhor de tudo é não julgar o público como burro, apresentando um protagonista inteligente e, diferente de outros filmes de terror, vivo. Faz a gente vibrar (torcendo) a cada cena.
Tensões raciais recortadas por um clima de suspense e opressão reinantes que culminam num clímax excelente (apesar do personagem Rod, alívio cômico, ser completamente dispensável). Destaque para o ótimo elenco.
Um amontoado de sequências bizarras de causar um desconforto colossal, você se pegará se encolhendo na cadeira a cada nova pista apresentada, transvestida de um discurso racial trabalhado com naturalidade, mas nunca forçado. Atmosfera perfeita.
A fusão de gêneros dá certo: não parece que o roteiro atira para todos os lados. Nessa mescla de tensão e humor negro (trocadilho indesejado), racismo sutil e inveja ficam ainda mais bizarros. A trilha nada óbvia em sequências de perigo é outro achado.
Traz a sensação de frescor por parecer algo original dentro de um gênero já cheio de clichês. A primeira metade do filme é de travar os olhos, e a trilha, escolhida a dedo, ajuda a criar esse suspense. Uma pena que dê uma caída lá pelo final.
Get Out não está preocupado em esconder seus clichês e óbvias referências, e sim em compor momentos que elevam o seu gênero, carregado por cenas brilhantes (a da subida da escada) e discussões sobre racismo postas de maneira lúdica. Black is in fashion.