Muito interessante como o filme consegue desenvolver dentro dessa alegoria um tom muito forte de desequilíbrio sentimental afetivo entre homem e mulher. Toda essa mistura de referências acaba ressaltando a ideia de antíteses na qual a narrativa se desenvolve. O ponto alto disso é a cena do casamento encenado, na qual a narração em off é subvertida, não só no seu aspecto formal como também na repercussão dramática, pela inserção da voz masculina que funciona como contraponto da beleza cênica.
Trabalho burlesco, direção de arte berrante e protagonista bruxa dão o tom dessa produção. Propositalmente, situações bizarras sem perder o fio da meada - esse aspecto e as cores lembram Almodóvar - e o humor transpassando de fora a fora deixam no ar o estilo de Anna Biller. Interessante debut.
Filme perdido no tempo, algo entre Fulci e Demy, que embarca em seu universo imagético sem concessões, o que pode ser mais sério do que isso hoje em dia? É claro que não é uma OP, a narrativa tem seus limites e repetições.
Lotado de sensualidade e originalidade, The Love Witch é um estudo de personagem e também um comentário sobre gênero. Biller e Robinson são revelações, a primeira por sua direção segura e criativa, a segunda por hipnotizar somente por seu olhar.
Híbrido imagético de modernidade com anos 70 realizado de forma assustadoramente real, Love Witch é um conto que, como muitos filmes surrealistas da época, divaga demais em momentos desnecessários, mas possui força nas imagens e no feminista eixo central.
Traz uma direção de arte e direção que transportam às produções comerciais da década de 70. Infelizmente é um filme que não quer ser sério, mas nunca adota completamente o tom de paródia, ficando apenas chato - é deprimente se comparado à Black Dinamite.