- Direção
- Robert Eggers
- Roteiro:
- Robert Eggers, Max Eggers
- Gênero:
- Drama, Fantasia, Terror
- Origem:
- Estados Unidos, Canadá
- Estreia:
- 02/01/2020
- Duração:
- 110 minutos
- Prêmios:
- 92º Oscar - 2020
Lupas (38)
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Se em A Bruxa Eggers resgatou o mito de forma séria e profunda o mesmo ele faz aqui c/a Sereia, terror sexual dos marinheiros sedentos de mulher. Recheado de referências cascudas, de Moby Dick a Hemingway, de Tarkovsky a expressionismo alemão e os temas são diversos: a solitude, a tensão sexual, a masculinidade, o mar, e o farol como Caixa de Pandora. Uma das maiores atuações de DaFoe, monstro sagrado, e Pattinson tb impressiona. Eggers evolui c/uma atmosfera impressionante e entrega uma OP!
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A loucura deflagrada na solidão é um tema revisitado de tempos e tempos, mas Eggers deixa sua impressão com uma dupla afiada em cena. As muitas simbologias deixam um rastro de dúvidas, o que também é um elemento de desconexão com o público em algumas passagens.
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A poesia em movimento, cheio de versos sobre o desejo, masculinidade, morte, e tantas outras aflições. Filmaço.
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A espiral de loucura construída a partir de mitos, espectros, sentimentos reprimidos, e a maldição do trabalho.
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O autoflagelo do homem, entre homens. Uma obra que te absorve, consome e excreta. Masculinidade é uma coisa tão suja.
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É sobre o castigo eterno da humanidade, o castigo à falta de controle de seu instinto animal, de seu desejo sexual, à sua brutalidade, suas relações de poder tanto em sociedade quanto em casais e à sua natureza invariável de solitude eterna. Tem uma relação nítida à aspectos da mitologia grega e uma relação estética óbvia à Bela Tarr e Bergman. Confesso que demorei muito para captar tais ligações e sendo assim o filme continua ecoando em minha mente .
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Estética e direção artística incomparáveis, traça algumas das melhores imagens da década. Boas tomadas, boas escolhas (formato 1.19:1) e atmosfera densa reinam num filme que finaliza deixando uma sensação de vazio, como se faltasse coisas tão principais como uma boa e convincente história ou um ritmo adequado para gerar a sensação de solidão que as imagens se propõem. Falta ritmo, falta enredo, falta história. Alguém precisa escrever os roteiros para Eggers, urgentemente. Frágil.
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Eggers novamente constrói um encadeamento de horror que nunca sai do opaco, condenado a uma camada mais profunda da narrativa e da compreensão. Abraçando símbolos e referências densos, de forma que nem tudo fica claro no final (e nem deve, principalmente se pensarmos que a busca por revelar o que está oculto é um dos grandes monstros do filme), somente a relação muito bem articulada entre os protagonistas e a ambientação pesadamente tenebrosa já tornariam a experiência, por si só, admirável.
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Há momentos de brilhantismo aqui, não só a estética, mas o texto, o monólogo do Dafoe é inacreditávelmente bem escrito e interpretado com maestria, Eggers é bom demais , e esse é apenas seu segundo filme !
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Culpa, punição, ressentimento. O medo primitivo, perdição, o mistério que vai além de nosso entendimento. Desolação, isolamento, escuridão. Os recantos sombrios da mente humana, o peso do inconsciente, a descida ao inferno. O grande pesadelo da loucura, do desejo, do sangue. A tragédia simbólica do horror que mora dentro de cada um. A queda do homem em seu próprio devaneio de superioridade. Filme erguido por seus simbolismos, mas que se confessa no primor de sua simetria e encenação.
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O melhor, mais atmosférico, plasticamente belo e imersivo filme de horror do século XXI (até agora).
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Eggers mostra em "O Farol" uma evolução na direção um forte amadurecimento e sua forma de filmar em um preto e branco mais puxado pro cinza de tão refinada a fotografia. contando uma história sobre isolamento humano, conflitos internos, e sexualidade reprimida. isso e mais numa ilha no meio do mar e um Farol. um filme com a cara de David Lynch no termo bizarrice sem respostas mas no bom sentido! e nuances de "The Birds" uma verdadeira Tragédia Grega, onde o mal impera de vez na psique humana...
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Um filme sobre solidão, traumas, sexualidade e isolamento, representados por simbolismos intrigantes. Seria Wake fruto da imaginação de Ephraim? Um alter ego? (a cena em que ele chega no quarto pela primeira vez parece demonstrar isso). Para essa figura, o farol é como se fosse uma esposa, lugar este proibido e inacessível à Ephraim, que projeta seus desejos obsessivos para a construção. Mais um trabalho de Eggers que já nasce cult, e tem tudo para se tornar ainda maior com o tempo.
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O legado do cinema mudo levado a enésima potência!
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Com a melhor fotografia de 2019, "O Farol" foi concebido como um filme de terror, mas para mim é mais uma "dark comedy" sobre esses dois faroleiros que descendem à insanidade. Vemos uma eterna disputa de poder entre os personagens de Dafoe e Pattinson, que desempenham ótimas performances e têm uma boa "química" em cena. Um conto sobre loucura e masculinidade. Vemos nesse filme que o Robert Eggers amadureceu e cresceu em seu estilo como diretor, me deixando ansioso para seu próximo projeto.
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Cinema catarse. Todo cineasta vai se confrontar com o cinema mudo em algum momento. E eis que Robert Eggers bate de frente com o cinema impressionista conseguindo entregar o filme mais deslocado do seu tempo desde (sei lá) o O Gabinete do Dr. Caligari. Que lombra!
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Eggers sabe criar um clima próprio com seus filmes. E o que ele erra bastante em A Bruxa(2015) ele acerta aqui. O sobrenatural não é feito para impactar, e sim, uma consequência da loucura construída com paciência nesse ambiente enriquecido pela bela locação e a fantástica fotografia. O próprio filme usado para gravação, vertical, reduz a tela para deixar o ambiente ainda mais claustrofóbico e as duas atuações mostram todo o talento que esses dois atores podem dar.
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Eggers faz uma melhoria absurda na sua filmografia. Cercado pelo mito de Prometeu, "O Farol" é uma fantasia muito bem vinda no cinema atual e que tem muito a dizer sobre a busca do homem e sua masculinidade. Dafoe e Pattinson fazem uma dupla fantástica, com vários momentos incríveis de ambos. Uma direção acertada e, por enquanto, a melhor fotografia do ano.