A aconchegante fábula inglesa Downton Abbey chega aos cinemas três anos após seu fim na TV com a mesma pompa e leveza que conquistou o público desde sua criação.Obras de época inocentes,que são praticamente fábulas sociais,previsíveis,e simplistas tematicamente como essa,estavam em baixa há uns anos,deixando um grande público carente dessas histórias.Mas com um elenco carismático,valores de produção estupendos,e humor perspicaz,D.A revigorou o gênero e Influenciou outros projetos diretamente.
O excesso de personagens e informações pode tornar o enredo inicialmente um tanto confuso pra quem não acompanhou a série (como é o meu caso). Porém, com o desenrolar da história, vamos nos tornando simpáticos em relação aos dramas e desventuras da família aristocrática e seus funcionários e, ao final, fica aquele gostinho de querer acompanhar a telessérie.
Serve aos fãs que estavam saudosos. Mas, mesmo a estes, peca por excessos na argumentação do roteiro e seus caminhos, por vezes, irregulares. Tecnicamente continua muito bem produzido, mas enquanto cinema fica devendo. Vale para matar a saudade e só.
Provavelmente produzido mais para fãs da série homônima (não há uma apresentação detalhada dos inúmeros personagens, que têm praticamente a mesma importância), que expõe vários níveis de subserviência na corte, o filme se destaca pela qualidade técnica dos cenários e figurinos e pelo acabamento das cenas (a montagem é bem eficiente). As atuações são convincentes (Maggie Smith se sobressai pelas tiradas de Violet: "sarcasmo é a forma mais baixa de inteligência", "eu mesmo vou lamber os selos").
Maravilhoso voltar à esse ambiente digníssimo. Obrigado pelo convite.
Fascinante como toda a série, feito no ritmo e edição exata dos episódios.
Nada é mais apaixonante que ver honra, elegância e tradicionalismo serem retratados como o são - destino deveras admirável, herdeiros terem sob doce imposição, o nome e a alma do cargo, que devem ser carregados até o fim.
Pontuadas ótimas sobre sistemas de governo, significativas mesmo sendo efêmeras.
Desnecessários os momentos torpes com Barrow.