Filme de tribunal com uma estrutura clássica, mas ainda assim muito envolvente especialmente pela crítica (infelizmente bastante atual), que faz a um Judiciário conservador, racista e elitista. O elenco de peso está todo incrível, sendo difícil apontar falhas nas atuações individuais. Desliza ao cair no velho problema narrativo de mensagens apelativas, melosas, para gerar fácil comoção.
Sorkin faz uma bela escolha em usar teu absurdo talento com os diálogos para um julgamento, e um dos mais icônicos da história americana. Consegue ser dinâmico mesmo com a grande quantidade de personagens, armar a história e contextualizá-la a cada reviravolta e nova situação. O problema fica por conta da artificialidade. As piadas não funcionam assim como as crises, trazendo um sentimento genérico para uma obra que tinha material para ser única, relevante. Falta muito para Sorkin como diretor.
Aquele tipo de filme maniqueísta, com algumas falas vergonhosas, mas que por alguma razão funcionam muito bem. Suspeito que aqui, os fatores edição e atuação se sobressaem de forma galopante, conduzindo a um clímax magistral, dando vontade de aplaudir junto, e tudo regado a muita pieguice e a um tema demasiadamente contundente para os dias de hoje, onde "se televisiona" ou "se registra" demais, e se age de menos. Belo filme.
Apesar dos furos históricos e deslizes narrativos Sorkin prova que é um dos melhores roteiristas em atividade e sua direção melhorou um pouco se comparado com A Grande Jogada. Mas o show do filme é seu elenco cujo os principais destaques são Sacha Baron Cohen e Mark Rylance.