Lupas (7)

Só faltou o Bradley Cooper pra terminar de lascar tudo.

Perfeito!!!, O verdadeiro vencedor do Oscar, no minimo 4 estatuetas: Filme, Edição, Atriz, Roteiro original

Tár é o típico filme que irá certamente dividir opiniões, dificilmente aderindo-se a uma impressão mediana. Vou, assim, optar pelo equilíbrio, pois consigo enxergar pontos fortes e outros pontos decepcionantes. Em primeiro lugar, embora seja justíssima a indicação da Blanchet, não a vejo como favorita ao Oscar de melhor atriz (escrevo isso dois dias antes da premiação), ainda que, de fato, sua atuação seja aquilo que há de mais forte no filme. No mais, tudo muito cansativo e verborrágico.

No todo me parece um filme correto, talvez correto até demais para o meu palato, logo confesso que senti um certo marasmo que queiram ou não segue a mesma linha de biografias do comum auge à queda. Tem uma discussão relevante sobre a perseguição ao artista e o detrimento da arte na atual cultura do cancelamento e penso que este ponto é maior que qualquer atuação ou construção de personagem.

Todd Field impressiona pela elegância e eficiência de seus enquadramentos, criando o clima necessário para Cate Blanchett, em uma atuação monstruosa, moldar sua personagem com todas suas complexidades, mistérios e idiossincrasias que levarão o expectador ao deleite máximo da observação e no desvendar dos acontecimentos. A musica erudita pode potencializar ou desinteressar conforme sua relação com o tema, mesmo que a grande força esteja realmente nos conflitos de Tár.

Entrega total de Blanchett, direção austera e segura de Field: esses dois elementos conjugados são mais que suficientes para fazer deste um filmão. Apesar de se estender em algumas passagens, desafiando a paciência quando vai se aproximando de umas duas horas, a oportunidade desse espetáculo de texto e atuação fala mais alto.

Excelente quebra-cabeças sobre a personalidade da protagonista. O plano sequencia na sala de aula é uma aula de cinema e Cate Blanchett não é deste planeta. Atuação monumental.