Viva o bom e velho cinema nacional, aquele que adora tentar imitar o cinema “cabeça” francês! Filme apenas com meio, sem início, nem fim, sem pé nem cabeça... Imagens fortes, muitos palavrões (inclusive na presença dos atores mirins, para chocar bastante), cenas perdidas e diálogos inúteis para a trama (que não fazem parte do contexto e entendimento do roteiro), cortes abruptos, closes desnecessários (os pés e a nudez de uma personagem, por exemplo), movimentos exagerados de câmara, enfim, uma salada russa de elementos cinematográficos diversos que em nada auxiliam no conjunto da obra... Resumindo, o que alguns críticos caracterizaram como “sensibilidade” do diretor estreante (Selton Melo), eu chamaria de insegurança e falta de criatividade.
Desta forma, a história retrata uma família totalmente desajustada (Para variar!...), na véspera e dia de Natal, contrastando com o clima de amor e fraternidade que deveria haver neste período “feliz” do ano. Os personagens vão sendo apresentados ao longo da trama (nem todos), assim como a relação entre eles (mais que familiar) e os motivos que os levaram a ser tão vazios, taciturnos, sinistros, rancorosos e irritantes, o que também não fica muito claro.
Trabalhando com uma fotografia escura ao extremo, talvez com o intuito de “carregar” ainda mais o ambiente depressivo da “festa” (outro velho clichê do gênero francês) e uma montagem ora lenta, ora rápida demais, o roteiro vai se perdendo a cada cena desconexa, à medida que as atuações, às vezes exageradas (Darlene Glória), outras irritantes (as crianças), ou mesmo muito contidas (Leonardo Medeiros, o personagem principal) levam o espectador a perder o interesse pelo final. Pois, antes da metade, ele já sabe que aquela situação não vai ter fim e o máximo que vai acontecer é uma forçação de barra para chocar ainda mais o público já sonolento.
Assim, quando os argumentos finais são apresentados, dá para aceitar qualquer coisa como conclusão para se ver livre daquela família irritante o mais rápido possível...
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