O filme recria a desastrada operação ofensiva “Market Garden”, concebida pelos aliados na II GM (General Montgomery), que tinha por missão realizar um envolvimento nas tropas alemãs, quebrando-lhes a cadeia de suprimento. O objetivo tático era capturar uma série de pontes sobre os principais rios dos Países Baixos que assegurassem o prosseguimento mais rápido até Berlin, com o intuito de encurtar a guerra, de modo que terminasse antes do Natal.
No entanto, o planejamento e a preparação que um ataque de tal magnitude exigia, considerando a participação de várias tropas de natureza (Cavalaria e Infantaria Blindadas, Pára-quedistas, Aviação, etc) e nacionalidades (ingleses, norte-americanos, poloneses, etc) diferentes, somando-se um efetivo de 35.000 homens, ficou reduzido a seis dias (como critério de comparação, para a Operação “Overerlord”, que realizou o desembarque da Normandia, o “Dia D”, gastaram-se seis meses na elaboração e execução), o que, aliado às condições desfavoráveis do tempo, causou inúmeras falhas de coordenação e prejudicou o cumprimento da missão, causando um número de baixas inconcebível (cerca de 17.000 homens, mais de 50% do efetivo) para uma operação militar de sucesso.
Desta forma, para abordar tudo isso e caberem inúmeros eventos no filme, o roteiro teve que ser bastante enxugado, o que prejudicou muito o entendimento por parte do público sem conhecimento histórico do episódio ou não familiarizado com o tema. Assim, os vários personagens (uma constelação de astros) vão surgindo sem nenhuma apresentação e o espectador acaba não percebendo a importância de cada um deles para a trama. É muito difícil, por exemplo, distinguir quem é principal ou coadjuvante durante todo o filme. Ou seja, tem-se um entendimento geral do que está acontecendo, mas não se sabe direito quem é quem e qual é sua função no enredo.
Isso tudo, aliado à uma montagem, às vezes lenta, outras acelerada demais, caracterizada pelos cortes abruptos, alternados com longas tomadas, faz com que se perca o interesse pela história e se concentre apenas no aspecto visual, que até apresenta boa fotografia, com planos lindíssimos e empolgantes cenas de batalha, o que salva a obra no conjunto.
Percebe-se, assim, que o filme foi bastante “cortado”, faltando certa continuidade em alguns capítulos. Talvez funcionasse muito bem como uma minissérie, aos moldes de “Band of Brothers” (que, inclusive, aborda também esta operação, além do desembarque na Normandia e da Batalha do “Bulge”).
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