''Um filme ordinário. Serviu apenas como veículo de divulgação do talento de Leonardo DiCaprio.''
É sempre interessante ver atores consagrados atualmente, atuando em seu início de carreira, a cada cena é impossível não dar aquele sorriso de canto de boca por ver um ator desse porte, em plena ascensão. E nesse filme é possível ver o que pra muitos, é a primeira grande atuação de Leonardo DiCaprio. É inevitável ao ler a sinopse, não imaginar um filme com um clima tenso, violento (pois a premissa sugere isso), porém há muito, más muito pouco disso no filme. Na cena inicial nos é mostrado Caroline Wolff (Ellen Barkin) e seu filho Tobias Wolff (Leonardo DiCaprio), aparentemente ''fugindo'' para uma cidade distante à procura de emprego e uma vida melhor. Desde essa cena, o que vemos em Caroline é uma mulher sonhadora, que ama a vida, seu filho, e tem muitos namorados aparentemente.
Caroline chega a nova cidade em busca de ganhar muito dinheiro com uma suposta reserva enorme de petróleo, porém, logo na chegada ela se depara com um cenário de muito trabalho e pouco dinheiro (e nada de petróleo). E logo nos primeiros dias em sua nova escola, Toby começa a ter problemas (os mesmos das escolas anteriores, matar aula e praticar vandalismo). Porém, sua mãe mal o repreende por tais atitudes, e então Toby passa a matar aula frequentemente, assim como fumar cigarros com seus amigos. Após arrumar um emprego e se estabilizar, Caroline conhece Dwight Hansen (Robert De Niro), um mecânico aparentemente educado e romântico, que tem dois filhos de outro casamento. Os dois logo iniciam uma relação, sem a aprovação de Toby obviamente. Rapidamente os dois se casam, e Caroline e Toby vão morar na casa de Dwight, e então Toby começa à ser atormentado por seu novo padrasto que o humilha e coloca-o em situações desagradáveis por diversas vezes, dizendo que é para que Toby se torne um homem com ''princípios''.
Logo o clima entre os dois começa a piorar quando Toby começa a trabalhar como entregador de jornais, e Dwight faz a promessa de guardar todo o seu dinheiro, o que depois é revelado que não aconteceu de fato. O 2º ato é decepcionante, a tensão entre Toby e Dwight não é o bastante para sustentar o filme, há apenas uma agressão de Dwight em Toby, ainda que seja numa ''luta'', e Dwight não faz absolutamente nada a Caroline (só na cena de sexo entre os dois que ele se mostra um homem extremamente bruto, porém não à violenta em momento algum). O filme não engrena, a direção é apenas segura, prejudicada pelo roteiro é claro, e o que vemos de fato é muito mais uma biografia, do que um filme realmente. Há poucas cenas realmente interessantes na película que merecem ser citadas. A cena na qual Toby está bêbado com seus amigos, a cena em que ele toca piano, e uma na qual ele e seus amigos puxam o freio de mão de carro numa descida, causando um grande prejuízo ao dono, e a cena já no final, da briga entre Toby e Dwight, más a essa altura o filme já foi bastante prejudicado pela falta de ação (ou tensão).
O final é até interessante, porém não tira o filme do lugar comum. DiCaprio realmente está muito bem como o ''jovem rebelde'', que busca um rumo pra sua vida, ele é o dono do filme, e com ele temos as melhores cenas (a cena na qual Toby e Dwight estão no carro é uma das mais interessantes também). Enfim, ele é o centro do filme e tem a melhor atuação. Ellen Barkin faz a mãe que ama incondicionalmente seu filho mais precisa de um lar para estabilizar a vida dos dois, e então é obrigada a manter sua relação pouco afetiva com Dwight. Sua atuação é discreta. Robert De Niro é de longe a grande decepção do filme (não se decepcionava com uma atuação dele desde ''Os Intocáveis''), sua atuação não lembra em nada seus bons tempos. Seu personagem não ajuda, sendo um homem extremamente burro e de falas toscas na maioria das vezes, mais De Niro poderia se sair melhor, devido ao talento que todos sabemos que ele tem de sobra. É interessante ver também Tobey Maguire (o ''Spider-Man'') em sua primeira atuação no cinema, e Carla Gugino também. O que é feito com muito cuidado de fato pelo diretor, é a reconstituição da época (o filme se passa nos anos 50), ela é muito bem feita e nos transporta naturalmente para tal época.
Enfim, o filme é apenas mediano, o roteiro é simples (baseado no livro de Tobias Wolff), há pouca violência (não que eu goste, más a sinopse é quase mentirosa depois de se ver o filme), o que há mesmo é um certo clima de tensão, mais não o suficiente para manter o filme ''em pé'' durante todo o tempo. O mais interessante de ver mesmo é o ''Despertar de um Homem'', que de fato acontece com Toby durante o filme, pois no final ele já está muito amadurecido com os acontecimentos de sua vida, e está pronto para seguir um novo rumo.
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