''Um filme com uma premissa bem interessante, más que se afunda por não saber qual rumo tomar após o 1º ato.''
Um filme sobre um super-herói nada convencional. Essa com certeza deve ser a definição mais utilizada para definir esse filme, que se por um lado mostra-se como apenas um passatempo comum depois de seu 1º ato, por outro, pelo menos demonstra uma certa ousadia em abordar um tema já muito explorado, de uma maneira diferente das demais. A 1ª cena é um achado, o ''super-herói'' bêbado, causando mais tumulto do que realmente protegendo a população. O ódio alimentado por Hancock (Will Smith) por aqueles dos quais ele devia proteger, e maior ainda da população com ele, tudo mostrado de uma maneira bastante interessante por parte de Peter Berg. Em contraponto a todo esse ódio, nos é mostrado Ray Embrey (Jason Bateman) um homem que trabalha com relações públicas e sempre está tentando ''salvar o mundo'' de alguma maneira. Ray acaba sendo salvo por Hancock em um acidente quase fatal, e então com o intuito de recompensá-lo, lhe oferece uma proposta : dar a Hancock uma nova imagem pública (pois a atual está horrível, pois com milhares de vídeos de ações não aprovadas pelo público no youtube, Hancock se tornou quase um vilão). Enfim, Ray propõe uma reabilitação para que ele volte sendo aclamado pela população. Porém, ele exige que Hancock se entregue ao estado para ser preso (pois o mesmo tem vários delitos graves cometidos). Hancock, obviamente não aceita de início, más depois pensa melhor e reflete sobre o que Ray disse à ele, e resolve ir por conta própria para a cadeia. Lá, ocorrem as cenas mais engraçadas do filme (no grupo de apoio e as brigas com os presos). Hancock, após um tempo, parece enfim ter se transformado um pouco como pessoa.
Após sua estadia na prisão, Hancock sai praticamente reabilitado, agora com a barba feita, e um uniforme próprio de super-herói. Sua primeira ação após a saída da prisão é até certo ponto interessante (pois a ação mesmo que genérica, é boa). Más logo incomoda, pois aparece o primeiro clichê básico. O público que tanto o odiava, agora o venera quando ele salva uma policial e alguns reféns num assalto a banco. Muitos sorrisos superficiais para uma população que o detestava com todas as forças, claramente são soou tão verdadeiro quanto se pretendia. Porém, esse não é o maior problema do filme, e sim a subtrama que se deselvolve entre Hancock e Mary (Charlize Theron), a mulher de Ray, tudo muito mal explorado, a situação é explicada de uma maneira muito mastigada, mais superficial ainda (só há uma explicação pior em ''Jumper'', opa ! não há uma ..), enfim, também não convence em momento algum. Mary e Hancock são da mesma ''espécie'', e viveram juntos por um longo tempo, isso a muito tempo atrás. Más ambos perdem as forças quando ficam próximos um do outro, sendo assim precisam ficar distantes para que não percam suas habilidades, ou poderes. Assim, Mary faz de tudo para que Hancock fique longe de sua família, más Ray, não sabendo da situação, sempre o convida para sua casa. O que poderia ser um filme que fugisse dos tão irritantes clichês de filmes de super-heróis, acaba se afundando nisso. A premissa, mais do que interessante, poderia render um filme melhor, pois é mal utilizada após a revelação. É a partir dai que tudo no no filme cai para resoluções fáceis e previsíveis.
O 3º ato, já com o filme bastante afetado por não conseguir manter o ritmo do início, tem um impacto muito fraco ao público que assiste, a essa altura o filme é apenas mais um passatempo comum. Ao término, pode-se perceber que o filme poderia ir mais longe, ser algo mais que um simples ''filme passatempo'' de um super-herói problemático. A direção de Peter Berg é até certo ponto interessante, porém, pouco antes da metade do filme, entrega-se aos clichês e as soluções fáceis, realmente uma pena. As atuações são apenas comuns. Will Smith é o destaque, fazendo até bem, o papel de um super-herói problemático, que apenas busca gratidão por seus atos (desastrados na maioria das vezes), mais como não a vê, afunda-se em bebidas. Jason Bateman faz o bom moço, uma atuação até boa, porém não foge do comum. Com Charlize Theron pode-se dizer o mesmo, más como sua personagem tem uma virada na trama, ela poderia se sair melhor, pois o roteiro dá até um certo enfoque nela durante uma parte do filme, más sua atuação acaba sendo também ''comum''. O que também incomoda é a parte técnica. Realmente há falhas visíveis e os chroma keys são muito destacáveis por vários momentos do filme. Definitivamente não foi um trabalho técnico bem feito.
Enfim, o filme é um bom passatempo apenas, más a sensação de que poderia ir além disso é grande após o final, uma pena.
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