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Morre Robert Evans, lendário produtor da Nova Hollywood


Morreu na noite de sábado o lendário produtor Robert Evans, responsável por reviver o estúdio Paramount das cinzas e por assinar alguns dos maiores sucessos da Nova Hollywood, era contracultural que redefiniria os rumos do cinema. Ele tinha 89 anos e sua morte foi reportada por sua publicista Monique Evans. 

Vindo de família abastada, Evans começou atuando, primeiro como ator de voz para a companhia de roupas do seu irmão, e depois aparecendo em papéis nos filmes O Sol Também Se Levanta e Sob o Signo do Sexo. Na década de sessenta, porém, ficou insatisfeito com sua carreira de ator e conseguiu emprego na Paramount como chefe de produção. Produziu o elogiado Crime Sem Perdão, com Frank Sinatra, e foi elogiado por seu estilo agressivo de produção. Isso chamou atenção do conglomerado Gulf+Western, donos da Paramount, que levaram Evans a conseguir um cargo elevado como produtor do estúdio. 

Durante esse período, o carismático Evans mostrou-se dono de faro para o sucesso e produziu uma verdadeira chuva de filmes que bombaram nas bilheterias e foram aclamados por críticos e premiações: O Bebê de Rosemary, Love Story - Uma História de Amor, Ensina-me a Viver, O Poderoso Chefão, O Poderoso Chefão II, A Conversação, Serpico e principalmente Chinatown serviram para elevar o nome do produtor ao status de verdadeira marca de garantia de qualidade. 

Durante a década de 80, Evans envolveu-se nas maiores polêmicas de sua carreira: uma condenação por tráfico de cocaína em 1980, onde clamava ser apenas usuário, com sua absolivção vindo em troca de filmar um comercial antidrogas e, alguns anos depois a produção do filme Cotton Club (1984), de Francis Ford Coppola. O produtor havia sido apresentado ao empresário Roy Radin pela traficante de cocaína Karen Greenberger. Radin fez uma parceria com Greenberg e Evans para fazer um filme sobre o lendário clube noturno Cotton Club, mas os termos oferecidos a Greenberger foram considerados insatisfatórios por ela, e Radin acabou por ser assassinado um ano antes do lançamento do filme. Apesar de ser uma das mandatárias do crime e dizer ser amante de Evans, ela o inocentou de qualquer envolvimento. Isso virtualmente enterrou sua carreira por aos, só produzindo além do filme de Coppola a continuação de Chinatown, The Two Jakes (1990). Ambos fracassos comerciais.

As produções de Evans tanto como chefe da Paramount quanto como produtor independente com o tempo foram ficando cada vez mais raras, apesar de sua última produção Como Perder um Homem em 10 Dias (2003) ter feito sucesso. 

Ele sofrera um derrame em 1998, perdendo a fala e as capacidades motoras. Ficando no quarto vizinho ao que Frank Sinatra faleceu, declarou que ver o rei do jazz ser levado na maca foi o principal motivador para se recuperar. Teve sete esposas entre 1961 e 2006 e é pai do ator Josh Evans, mais conhecido por seu papel em Nascido em Quatro de Julho.

Seu jeito chamativo acabou virando o estereótipo do produto exagerado e extravagante, sendo base para personagens produtores caricaturais em filmes e séries como Mera Coincidência, Entourage e O Outro Lado do Vento. E para completar, o ator Bob Odenkirk diz que seu advogado falastrão Saul Goodman de Breaking Bad e Better Call Saul tem Evans como principal inspiração.

Tão amado quanto odiado, com certeza Evans será lembrado como uma figura inesquecível e fundamental.

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