Saltar para o conteúdo

Notícias

A artilharia do CineBH


Entre os próximos 17 e 22 de setembro acontece o 13o. CineBH, mostra que vem se notabilizando no país por trazer o melhor do cinema no país e no mundo e promover debates sobre os mais pertinentes temas relacionados à sétima arte, realizando mesas e encontros para tratar de assuntos relevantes a alavancar questões atuais. O evento, coordenado por Raquel Hallak, é definido por ela como um espaço de formação, intercâmbio, lançamento e discussão da produção cinematográfica atual.

O tema desse ano, a homenagem que será feita e o filme escolhido para abrir o evento amplamente convergem e conversam; "a internacionalização do cinema brasileiro e os desafios para o futuro" é algo autoexplicativa, um olhar apurado sobre o nosso momento de crescente visibilidade e reconhecimento do melhor que temos feito nas telas, que encontra em 2019 um ano ainda superior aos anteriores, com reconhecimento em Berlim, Cannes, Locarno, Rotterdam sendo refletidos pela produção intensa que temos apresentado, em contraste das últimas declarações e medidas governamentais. Com curadoria de Francis Vogner dos Reis e Marcelo Miranda, o tema foi pensado mediante os resultados obtidos por títulos como 'Bacurau' de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, 'Espero tua (re)volta' de Eliza Capai, e 'A Febre' de Maya Da-Rin, que ganharam prêmios ao redor do mundo. “Com esforço profissional e governamental para consolidar relações de coprodução e a estruturação de um circuito de festivais locais, com quase 200 eventos anuais que ajudaram a criar um campo de visibilidade de filmes independentes e de debates em torno dessa produção, o cinema brasileiro ganhou o país e o mundo”, destaca Francis. 

A homenagem será dedicada a produtora mineira Filmes de Plástico, comemorando 10 anos de sua criação e que constantemente tem representado o país internacionalmente com títulos como 'Temporada' de André Novais Oliveira e 'No Coração do Mundo' de Gabriel Martins e Maurílio Martins (além dos inúmeros curtas, que também viajam com frequência). Criada por André, Gabriel, Maurílio e pelo produtor Thiago Macêdo Correia, a Filmes de Plástico desde 2013 representa o Brasil em festivais internacionais, com o ponto de partida tendo sido dado por 'Pouco Mais de um Mês', de André, que foi selecionado para a Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes, se tornando um exemplo de sucesso do próprio tema do CineBH esse ano. Os quatro amigos estarão presentes e promoverão uma 'masterclass' sobre sua história e sua forma de trabalho e produção, além de promover uma retrospectiva da produtora passeando pela sua obra. 

A abertura do festival será com 'A Vida Invisível' de Karim Aïnouz, que essa semana foi anunciado como nosso representante para o próximo Oscar de filme internacional, além de ter vencido a competição da Un Certain Regard, no último festival de Cannes. Aïnouz também, por si só, representa muito bem o tema proposto, já que desde sua estreia com 'Madame Satã' sempre participou de um dos três maiores festivais do mundo, Berlim, Cannes ou Veneza, com todas as suas obras.

A seleção desse ano está igualmente especial, com títulos que viajaram o mundo e terão pré-estreias na capital mineira, com fortes produções tanto brasileiras quanto estrangeiras. São eles: “Animal Indireto”, de Daniel Lentini (RJ); “Os Príncipes”, de Luiz Rosemberg Filho (RJ); “Os Filhos de Macunaíma”, de Miguel Antunes Ramos (SP); “Diz a Ela que me Viu Chorar”, de Maíra Büheler (SP); “A Noite Amarela”, de Ramon Porto Mota (PB); “Os Dias sem Tereza”, de Thiago Taves Sobreiro (MG); “Os Jovens Baumann”, de Bruna Carvalho Almeida (SP); e “Nietzsche Sils Maria Rochedo de Surlej”, de Julio Bressane e Rodrigo Lima (RJ). Nos títulos estrangeiros, haverá exibições de “Paul Sanchez Está de Volta!” (França), de Patricia Mazuy; “Danças Macabras, Esqueletos e Outras Fantasias” (França/Portugal), de Rita Azevedo Gomes, Pierre Léon e Jean-Louis Schefer; “Por El Diñero” (Argentina), de Alejo Moguilansky; “Nightmare Cinema” (EUA), de Mick Garris, Joe Dante, David Slade, Ryuhei Kitamura e Alejandro Brugués; “A Vingança de Jairo” (Colômbia), de Simón Hernández; e o curta “O Mar Enrola na Areia” (Portugal), de Catarina Mourão.

Além disso, a mostra ainda promove o Brasil CineMundi, quem em sua décima edição, promove um encontro internacional de coprodução com atividades diversas de formação, capacitação, difusão e negócios que visam a inserção do cinema brasileiro no mercado global, a profissionalização do setor, a conexão de profissionais, ações de intercâmbio e cooperação internacional. Neste ano, um total de 22 projetos vêm a Belo Horizonte em busca de parceria e coprodução nos encontros com profissionais no Brasil CineMundi. Dentro das celebrações da primeira década de Brasil CineMundi, uma mostra especial, com curadoria de Pedro Butcher, vai exibir quatro longas-metragens cujos projetos iniciais passaram pelas conversas e rodadas de negócio do programa: “Rifle”, de Davi Pretto; “A Sombra do Pai”, de Gabriela Amaral Almeida; “Elon não Acredita na Morte”, de Ricardo Alves Jr; e “Éden”, de Bruno Safadi.

O CineBH ainda promove oficinas, programas de formação profissional, mostras infantis visando a criação de novas plateias, além de atividades inclusivas a públicos escolares, agregando alunos e professores em programações especiais.

Ou seja, uma imensa maratona de programação que a partir do dia 17 de setembro fará de Belo Horizonte um polo de movimentação intensa de reflexão e ação cinematográficas, em um evento que, graças ao seu nível de abrangência e relevância temática, muito rapidamente se tornou essencial ao calendário nacional de festivais. 

Comentários (0)

Faça login para comentar.