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The Walking Dead - 6ª Temporada - Os Quatro Primeiros



S06E01 - First Time Again

Apesar que os recursos do flashback e do flashforward de tanto alternarem quebrarem um pouco o ritmo do episódio, deixando ele algumas vezes arrastado ao mostrar em preto e branco o que levou os personagens até a situação “em cores” - recurso que pode ser encarado com certa estranheza, já que nunca houve nenhum flashback na série com diferenças estéticas tão grandes do tempo presente, além de que depois de um tempo pode se observar um certo didatismo em seu uso - essa nova uma hora de Walking Dead no final das contas continua carregando o estandarte da série em seu primeiro arco em Alexandria. 

Todas as questões foram fechadas no último episódio da quinta temporada, não havia porque recomeçar de onde parou, como ocorreu na transição da quarta para a quinta; faz sentido então ver Alexandria, unida, lutando contra a maior horda de zumbis já vista, convidando os espectadores a seguir detalhe por detalhe de um plano ambicioso, com muito em jogo. O ritmo arrastado do meio de campo, então, termina em puro suspense com o cliffhange para o segundo episódio.

8.5




S06E02 - JSS

A buzina no final se explica sem muita demora nesse: após o flashback de como Enid chegou à Alexandria; é um recurso à lá “foreshadowing”, quer dizer, uma “previsão” do que vem por aí. Cada um sobrevive pelos próprios meios: Enid gravando o nome do episódio constantemente onde pode, como um mantra (Just Survive Somehow, apenas sobreviva de algum jeito), Morgan com a extrema disciplina do Aikidô, Carl tentando sociabilizar, Carol tentando fazer o jogo duplo entre a aparência inofensiva e o modus operandi perigoso... 

Esse deve ser um dos episódios mais movimentados da primeira metade de temporada, onde Alexandria se defende da selvageria frenética e indisciplinada dos Lobos, que após a primeira ameaça são repelidos pelo poderio de fogo superior de Alexandria e pelo modo metódico e frio de Carol de resistir. Walking Dead, ainda que não seja tão apegado ao fator ação de muitos filmes e séries modernos do tema, também sabe entregar quando quer um episódio dedicado quase que inteiramente à suspense e tensão. Mesmo que não aprofunde muito nem avance com nada. 

7.0




S06E03 - Thank You

Voltamos ao lado de fora e as dificuldades de controlar uma manada que estoura. Se com gado bovino já é difícil, imagine com uma horda de criaturas antropófagas. Sasha e Abraham parecem quase recuperados dos golpes recentes (a perda de Tyresse para Sasha, a descoberta sobre Eugene para Abraham), então ao lado de Daryl eles não tem grandes questões a resolver.

Rick age sozinho como a confirmação constante que por mais que a série passe por uma multiplicidade de olhares, vez por outra voltaremos aos olhos do primeiro personagem do primeiro episódio. Assim como o grupo de Michonne, Glenn, Heath e Nicholas, o episódio é todo voltado a um “gerenciamento de crise”, pavimento entre dois cliffhangers que fecha algumas questões, abre novas perguntas e no caso dessa série em específico, insiste no caminho sem volta a ser traçado no caminho da sobrevivência - as conversas, estratégias e escolhas continuam pertinentes e por vezes quase cíclicas, em um -episódio que cumpre a função sem destacar muito em nenhum mérito específico. 

6.0



S06E04 - Here’s Not Here

Muitos ficaram frustrados ao saber que após os enormes cliffhangers do último episódio (Glenn morreu ou não? A horda foi atraída para longe com sucesso? Todos os Lobos bateram em retirada?) o quarto episódio se focaria em saber o que aconteceu com Morgan desde que o  mesmo foi visto por Rick, Michonne e Carl na terceira temporada. Eis que após perder seu local de sobrevivência e ainda mais ensandecido do que quando foi encontrado pelo trio da prisão, o segundo sobrevivente que conhecemos na série foi treinado por Eastman, um ex-psicólogo forense, nos caminhos do Aikidô, tanto na arte marcial quanto na filosofia. 

Entendemos o que levou o hostil Morgan da terceira temporada tornar-se o pacifista Morgan do final da quinta. Esse episódio recupera em parte o espírito da segunda metade da quarta temporada, após a derrocada da prisão, onde acompanhávamos episódios solos ou em dupla de personagens se recuperando de tragédias pessoais e esforçando-se para ressignificar avida. 

Essa é a tônica aqui, e fica ao gosto do espectador: para os que só fazem questão que a trama avance, não tem serventia alguma; para os que esperam ação e efeitos gráficos desenfreados, eles estão presentes de forma moderada; mas para absorver o assim chamado drama de Walking Dead episódios assim tem uma importância marcada para detalhar aspectos antes apenas esboçados  e tornar seus personagens mais tridimensionais - ainda que as técnicas de foreshadowing, flashforward e in media res por vezes resvalem no psicologismo didático, o episódio acaba se revelando no final de sua uma hora um tijolo importante na grande estrutura de dezesseis episódios por temporada, que os roteiristas podem explorar tudo que tem em mãos a conta-gotas.

7.5

Comentários (1)

Arthur Brandão | quarta-feira, 04 de Novembro de 2015 - 13:03

Bem (na minha humilde opinião) a minha temporada favorita é a 2°temporada, com a 1° encostando... mas essa temporada de longe está sendo a melhor - comparando com as últimas - até agora nenhum dos episódios me decepcionou, tanto o Here's Not Here quanto o First Time again. Verdade seja dita essa temporada tem muito potencial, e claro, Glenn não está morto 😏

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