Quem me conhece sabe que amei incondicionalmente a trilogia do Anel, que, comandada por Peter Jackson, mudou a história do cinema e seu jeito de adaptar obras literárias. Após a obra-prima máxima do cinema de fantasia, ''O Retorno do Rei'', em 2012 a Terra-Média voltou aos cinemas com ''O Hobbit: Uma Jornada Inesperada'', filme um tanto problemático, mas que diverti e agrada os fãs de Tolkien. E se no primeiro filme a divisão de ''O Hobbit'' para três filmes pareceu um apelo puramente comercial, ''O Hobbit: A Desolação de Smaug'' chegou esta semana para provar que sim, Peter Jackson sabe o que faz. Sendo empolgante, com boa fluidez, bem amarrado e com cenas de ação contínuas, o segundo capítulo da nova trilogia é, se não perfeito, espetacular.
Já iniciando de maneira infinitamente melhor que o primeiro filme, que gastava 40 minutos para sair da casa de Bilbo Bolseiro, ''A Desolação de Smaug'' acerta em inserir conteúdo ao longa e aumentar sua duração. Se em ''Uma Jornada Inesperada'' o assunto do Necromante não encaixava com a trama principal, em que parecia que estávamos vendo dois filmes diferentes, aqui essa subtrama tem ligação direta com a missão dos anões, sem contar que as cenas envolvendo Ganndalf e essa ameaça, são ótimas, ao mostrar - sem querer dar spoiler - o mago usando seu cajado para matar orcs e destruir paredes.
Sem falar do background que os roteiristas dão para o Reino da Floresta, com personagens muito interessantes - assim como a relação entre eles - e a Cidade do Lago, pouco explorada no livro e que ganha grande destaque aqui, ao ter uma trama mais ''política''. E Bard, lidera as cenas na Cidade com um personagem fantástico, muito bem interpretado por Luke Evans aliás, e que terá destaque importantíssimo no próximo filme - quem leu o livro sabe do que eu estou falando, é claro. Em relação aos personagens adicionados, posso dizer o seguinte: Tauriel é fantástica, excelente personagem. Legolas é ótimo, mas senti falta do Legolas de ''O Senhor dos Anéis'', visto que aqui o personagem se revela um sujeito egoísta e arrogante, assim como Thranduil, seu pai, muito bom também.
Aliás, o elenco de ''O Hobbit'' mais uma vez se revela impecável, que encabeçado por Martin Freeman, fazendo um excelente Bilbo Bolseiro, conta ainda com Ian McKellen fantástico como de hábito na pele de Gandalf, e Richard Armitrage, de novo ótimo, e um personagem que continua muito bom, dessa vez sofrendo com a ambição do tesouro. Aliás, o Um Anel, encontrado por Bilbo no primeiro filme, como aconteceu com Frodo traz sua influência no hobbit, mas felizmente, sem desviar da história principal, que nada mais é, claro, a missão dos anões de retomar Erebor.
Peter Jackson conduz suas cenas de ação com maestria, destaque para a cena dos barris, apenas divertida no livro, e que aqui ganha graças ao roteiro uma grande batalha entre três facções, tão bela que parece um ballet de elfos, anões e orcs. O único demérito de O Hobbit 2, fica para o climax com o dragão Smaug, ao fazer o monstro cair numa armadilha tão boba que fica difícil de acreditar.
Porém, não posso deixar de dizer que Smaug é talvez uma das melhores realizações de CGI da história do cinema, e o personagem em si, é excelente, ainda mais com a ótima dublagem do fantástico Benedict Cumberbatch. Não só o dragão, é claro, os efeitos visuais são fantásticos ao todo, com exceção de algumas cenas que o CGI fica bem claro. Howard Shore, ao contrário do que fez em ''Uma Jornada Inesperada'', como uma trilha genérica, aqui faz uma ótima música tão boa quanto a que fez em ''O Senhor dos Anéis''.
De uma maneira geral, ''O Hobbit: A Desolação de Smaug'', foi um ótimo presente aos fãs, principalmente este aqui que vos escreve, e um filme que vai ficar com certeza na cabeça por muito tempo. Um blockbuster americano como não se via a algum tempo, e um filme pipoca que que diverti até o último segundo pelo ótimo ritmo. O corte inesperado, que vai ficar nos assombrando até 2014 com ''O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez'', aumenta ainda mais a ansiedade para um próximo capítulo. Um dos melhores filmes de 2013, sem dúvida.
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