O termo "politicamente incorreto" nunca foi tão usado como nos últimos anos e Seth MacFarlane, criador da série "Uma Família da Pesada", sabe muito bem como utiliza-lo.
"Ted" é o seu primeiro longa-metragem e pra começar mostrando o que é "politicamente incorreto", temos na história, John Bennett, um menino sem amizades que ganha um urso de pelúcia no Natal e faz um pedido, da noite pro dia, desejando que seu novo presente ganhe vida e que eles sejam amigos para sempre. Tudo isso é apresentado no início do filme de forma intencionalmente tosca, mas sem estragar a qualidade. Logo em seguida, soltamos a primeira grande risada ao vermos a reação dos pais do menino quando vêm o urso falando e andando pela casa. A partir de então, Ted vira celebridade, dá entrevistas à programas de televisão e é notícia no mundo todo, mas o tempo passa e ele logo é esquecido. Nos dias atuais, John e seu urso continuam amigos, vivem de fumar baseado, assistir filmes de má qualidade e tomar cerveja, mas agora John precisa se responsabilizar para seguir um futuro com a namorada e no trabalho. O problema é que Ted sempre está ao seu lado, induzindo-o a fazer algazarras.
A grande peça no filme é, com certeza, Ted que faz tudo diferente da imagem de ursinho fofinho que era. Além de fumar e beber, traz prostitutas para o apartamento, solta palavrões, faz festas e sexo com a colega de trabalho. As grandes sacadas saem dele, aquele humor ácido e grosseiro que algumas comédias recentes tem trabalhado e, inclusive, o próprio diretor do filme faz em sua bem sucedida série de tv. Mas, se formos comparar esse tipo de humor com o de "Ted" e "Uma Família da Pesada", o primeiro perde nesse quesito, pois acaba levando para a convencionalidade em certos momentos, estragando aquele tom de besteirol no início.
Além de dirigir, Seth MacFarlane também escreve o roteiro e, como há de se esperar, é nessa parte em que ele se sai melhor. É no roteiro que encontramos o tal falado "politicamente incorreto" , que tem como função tirar onda em tudo o que há de certinho na modernidade, fugir da regra, sair da ordem e, com isso, satirizar. Vemos isso em várias situações do filme.
"Ted" possivelmente estará na lista das melhores comédias do ano, algumas outras tentarão fazer algo do tipo e Hollywood poderá dar adeus, num futuro não muito distante, ao "politicamente correto".
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