A mesma formula, de novo
Rotular filmes em gêneros pode se mostrar um tarefa complicada, prefiro deixar o trabalho para as distribuidoras. Costumo dizer que o filme tem elementos de certos gêneros. Mas em Atividade Paranormal 4 é difícil achar algo além do terror, no sentido mais nostálgico, arrancar gritos e pulos do espectador.
A história se desenvolve no ano 2012, na geração “internets”, onde registrar e compartilhar tudo se tornou uma obrigação, principalmente entre os adolescentes. A utilização do found footage deveria ser beneficiada pela época, mas se torna artificial devido a imprudência dos jovens diretores (Henry Joost, Ariel Schulman). Investindo em ângulos forçados para aumentar a tensão, perde a característica mais importante do found footage: o amadorismo. Os mesmos adolescentes não parecem se importar, soltam gritos a cada vulto na tela, num misto de susto com prazer. Uma analogia com as piores comédias românticas não é absurda, o orgasmo ao ver sua fantasia realizada.
Manter a protagonista de 17 anos (Kathryn Newton) em pijama e close up parece mais importante que desenvolver a história, que avança muito pouco filme. Roteiro esse que é muito pobre, pois continua insistindo na mesma formula e os artifícios ficam cada vez mais óbvios. É só aparecer o Kinect para adivinhar o que vem em seguida, apesar do gadget compor a cena mais bonita do longa.
Ainda sim a franquia consegue mexer com nosso lado menos cético, seja com portas fechando sozinhas ou vultos. Mas a evolução chega, junto com a maturidade e a capacidade de racionalizar. E brincadeiras como colorir, ligar os pontos para desenhar, não despertam mais interesse. Achar o fantasma nos pontos, não deveria.
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