Arctic (2018, em festivais, 2019, oficialmente)| Critica
Lançado em Cannes em 2018, mas no circuito comercial em 2019, Arctic é um filme extremamente interessante, principalmente pela sua excelente direção e a interpretação de Mads Mikelsen que vive o nosso protagonista.
Mesmo que com apenas 88 minutos (1h28mim) o filme é lento, mas isso, aqui, não é um problema, o diretor soube conduzir o filme de maneira devagar e cadenciada, mas de uma forma que nunca fique chato, ou até arrastado.
Falando na direção, Joe Penna, youtuber brasileiro dono do canal MysterGuitarMan, um dos pioneiros dentro do youtube, mostra que não é no youtube que ele brilha, com uma direção muito boa, que combina perfeitamente a trilha sonora, a cinematografia, a montagem (sequenciação de planos e ou cenas), a edição (os cortes que interligam os planos e ou cenas) e as interpretações de uma maneira em que tudo pareça crível e imersivo, para um primeiro filme isso é incrível, mostra um excelente talento que só tende a melhorar.
Mads Mikelsen entrega com poucos diálogos tudo que o seu personagem pede, ele faz muito com uns olhos, é um excelente trabalho de atuar pra dentro, o que mostra uma ótima direção de atores que conseguiu conduzir seu protagonista a entregar a excelência.
Mesmo que com um baixo orçamento o filme tem um ótimo design de produção (organização dos elementos em cena, como cenários e objetos em cena, conceito parecido com o da Mise-en-Scene, mas a Mise-En-Scene também cuida da iluminação, figurino, atuação, enquadramentos, basicamente tudo que compõe o filme), cinematografia e design de som (mixagem de som, edição de som, trilha sonora e efeitos sonoros)
A cinematografia de Tómas Örn Tómasson é evocativa, te chamando a participar da história e também consegue passar com perfeição, através da paleta de cores frias a temperatura do local e as dificuldades do protagonista, essa última também representado pelo um constante granulado que indica sujeira nos momentos mais tensos, passando assim a atmosfera de dificuldade em volta do filme. Irei ver mais trabalhos com esse cara, pois por mais que esse tenha sido seu segundo trabalho, hoje com 4 na carreira, ele da 10 a 0 em muitos cinematógrafos renomados.
Meu único problema com o filme é o roteiro escrito por Joe Pennna e Ryan Morrison, também estreante, ele não é ruim, porém ele utiliza de vários clichês do gênero para mostrar os problemas do protagonista como: formações rochosas, animais e problemas climáticos. E o final é um pouco utópico demais, eu vi muitos reclamarem dele, ele não chegou a me incomodar, porém parte minha estava feliz com o final, mas a outra estava extremamente incomodada, por ser muito irreal, mesmo assim eu consegui relevar e não chego a considerar um erro.
Arctic é bem dirigido, atuado e fotografado, também tem ótimos design de produção e de som, além de um clima constantemente tenso e que só cresce, é um filme lento, o que pode não agradar a alguns, eu gostei. O roteiro é formulaico e o final com certeza não agradará a todos.
Assistam o mais rápido possível , é uma joia rara em um cinema infestado de Transformers e Velozes e Furiosos
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