Lupas (317)
-
Não foi nem o tempo, nem esse teor humorístico que hoje temos para tudo que tornou os Vampiros de Carpenter "menos ridículo" ou furado do que outrora se considerou. Qual, afinal, o problema do prazer em ver demônios espetados literalmente fritando ao sol?
Felipe Leal | Em 16 de Março de 2019. -
Por quanto tempo Brisseau será ignorado enquanto um dos maiores vivos, não sei, e o que se perde é isto que os anjos vêm a ser nesta obra: a encenação fantasmática de nossa inescapável miséria: eternamente fadados a esconder, melhor ou o pior, as bestas.
Felipe Leal | Em 16 de Março de 2019. -
Nunca um doc. foi tão inundado por arquivos de tamanha preciosidade a um acontecimento. Quanto mais se assiste a eles, mais a questão subjazente, crua, se vê: não o "fez ou não fez?"; mas: como viemos a nos tornar aquilo que não sabíamos que éramos-sendo?
Felipe Leal | Em 16 de Março de 2019. -
A mais afiada máquina humana já concebida por Rodriguez quebrando o pau num bar e rastejando furiosa, quase puramente desmontada, em batalha: é isto um herói, é assim uma mitologia: uma história sem medo de descer ao pior de nós piorado (distopia).
Felipe Leal | Em 26 de Fevereiro de 2019. -
Eastwood já atingiu o ponto de narratividade e de maestria de sua própria performance em que a ideia de espelho se parte, ambas tão enlaçadas que o filme não necessariamente é a própria vida, mas as apurações e observações mais honestas dela.
Felipe Leal | Em 26 de Fevereiro de 2019. -
O horror, muito longe da denominação, mais parece um punhado de resoluções resolvidas às pressas para dar conta dos preconceitos artísticos; a espinha que deveria lhe intrigar acaba uma teoria rasa e que talvez até justifique o tag "comédia" dado por aí.
Felipe Leal | Em 12 de Fevereiro de 2019. -
Não houve pintor como Paradjanov, e um ofício exercido nisto que a pintura tem de exercer um real de arrebatamento. As arestas fazem da história uma fabulação longínqua, as cores e objetos a sensualidade pura do natural e da técnica. É mais que sonho.
Felipe Leal | Em 09 de Fevereiro de 2019. -
Extraindo a irritante fetichização da tortura semelhante a de um Jogos Mortais, fechando os olhos a um certo kitsch vomitado, apressado e de inexplicáveis conexões, resta ainda... uma estratégica cênica "da porrada" na verdade realmente elétrica?
Felipe Leal | Em 09 de Fevereiro de 2019. -
Cavani foi de fato uma das mais ousadas, colocando Nietzsche e Rée como dois cachorros dependentes. Ainda que os personagens fiquem infectados de certo psicologismo e findem aleatórios na narrativa, permanece aquele excesso saboroso de um Russell.
Felipe Leal | Em 01 de Fevereiro de 2019. -
As imagens falariam por si mesmas, mas não conseguiram calar a boca: a narração que alicia à nova tomada de vista sobre a lenda - EXAUSTIVAMENTE adaptada -embaralha ainda mais o que já era um assassinato. É de se perguntar quando vão parar.
Felipe Leal | Em 24 de Janeiro de 2019. -
Bons atores não compõem bons filmes? Ora, não sabemos disso há décadas? Não há nada de grandioso, aqui, na trinca de mulheres, só gritos e tiques de rosto. O roteiro parece castrado repentinamente e é quase um milagre que a direção finde por ser louvável.
Felipe Leal | Em 22 de Janeiro de 2019. -
O surto de menções a Taranta não só é redutor, como o roteiro é ele mesmo, aliás, lotado de chaves fáceis e brechas tacanhas. O misto de sangue e hilaridade que acomete Slater e Arquette é quase um gozo paradoxal; destaque para o histérico tiroteio final.
Felipe Leal | Em 22 de Janeiro de 2019.