Lupas (317)
-
Rowlands no papel mais instável, magnético, hilário, desesperado, pertinente, dúbio, xamânico, performático, melancólico, enfático e brilhante do Cinema. E, junto com O Desprezo de Godard, um filme perfeito.
Felipe Leal | Em 17 de Abril de 2018. -
Decerto que os clichês e "saídas" (verdadeiros furos de trama) são de revirar os olhos... e, no entanto, como superar a entrada n'O Iluminado? - e surfar por décadas de pop culture num pastiche gigantesco, dinâmico e cheio de momentos icônicos.
Felipe Leal | Em 08 de Abril de 2018. -
Hansen-Love é uma cisão no meio do fluxo cotidiano para extrair a crise e o amor também de lugares invisíveis, silenciosamente, num gesto, no explodir de um momento que torce Tudo de cabeça para baixo - e assim também é o cinema.
Felipe Leal | Em 08 de Abril de 2018. -
Os Heróis e os Deuses.
Felipe Leal | Em 08 de Abril de 2018. -
É sempre preciso assistir a qualquer filme de Preminger duas ou mais vezes: a primeira para ser fisgado inocentemente pela câmera mais envolvente e pela narrativa mais esperta; a segunda em diante para observar todo e qualquer movimento e recompor o balé.
Felipe Leal | Em 30 de Março de 2018. -
Há mesmo algo de buscar um último sopro de cooperação nos filmes de Serra. Suas narrativas podem receber apreços pela pressurização da dúvida ou pelas situações-limite, mas valem mais por esses momentos estanques de multiplicação da responsabilidade.
Felipe Leal | Em 30 de Março de 2018. -
Não sei se outro elemento do filme tomaria a frente do que é esse acompanhamento delicioso da união entre duas mulheres perturbadas por algum complexo de infância, tornadas amigas pelo fluir natural e assustador com que duas crianças se tornam cúmplices.
Felipe Leal | Em 27 de Março de 2018. -
Um giallo circular exasperante e paradoxalmente vazado: as pistas e direções se multiplicam, parecem ir até alguma esperança e logo se dispersam de novo. Cada assassinato é uma pequena obra-prima, cada núcleo é uma Itália afetada diferente.
Felipe Leal | Em 27 de Março de 2018. -
Junto com o português, - e o mesmo vale para a literatura - o cinema argentino se avantaja nessa capacidade um tanto naturalmente "nacional" de fabular, trincar as histórias, abri-las em teia nos cruzamentos do tempo, sem que o presente sequer importe.
Felipe Leal | Em 27 de Março de 2018. -
Estão ali, a substância desta arte e o que leva milhões de indivíduos à uma situação doentia de passionalidade chamada cinefilia: Tierney no lago, remos na mão, assassina, amarga, dúbia: sabe-se o que vai acontecer - está acontecendo! -, e o olho vibra.
Felipe Leal | Em 20 de Março de 2018. -
Se Teshigahara não está aí para provar que a Nuberu Bagu foi um movimento tão esmagador quanto seu braço francês, senão ainda mais potente - o Japão, convenhamos, possui tradição conservadora mais sufocante que a francesa -, não sei quem pode fazê-lo.
Felipe Leal | Em 20 de Março de 2018. -
Jodorowsky é basilar para qualquer abordagem, estudo ou fruição cinematográfica que perpasse o simbólico, não só enquanto alegoria e explosão em tela: toda a jornada, aqui, torna-se uma grande elegia ao processo fundamental e universal de individuação.
Felipe Leal | Em 13 de Março de 2018.