Lupas (317)
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É como fazer um risco, ao invés de um traço ordenado: "funciona", tem sua carga retratista e jogo dramático basilar, mas com uma superficialidade quase ofensiva e um desejo pictório mastigado demais. Roteiro de uma administradora de tumblr de 16 anos.
Felipe Leal | Em 26 de Fevereiro de 2018. -
Aqui talvez fique explícito o maior problema de PTA: erigir tanto a obra sob a figura de um personagem-monstro, que todo o resto tem dificuldade de se igualar enquanto construção horizontal. Ainda assim, linda história sobre formas e (escolher) amar.
Felipe Leal | Em 26 de Fevereiro de 2018. -
Fulci num exemplar de maestria do horror, impregnando-o num jogo de duplicidades - o pagão e o cristão, o arcaico e o moderno, a loucura e o fato; enfim: um mal que está em todo lugar - e tornando a narrativa um feitiço entre o sonho e o cruel bruto.
Felipe Leal | Em 05 de Fevereiro de 2018. -
Se Julianne Moore enquadrada pela beira dos braços cruzados, em prece para que o amante ressuscite, já era uma cena de potência melodramática inversamente proporcional ao rebuscamento da encenação, repeti-la, para Neil, é encontrar o outro lado do afeto.
Felipe Leal | Em 03 de Fevereiro de 2018. -
Obra-prima de Itami das mais cinéfilas possíveis, citando Truffaut e Salinger em travessuras referenciais que só atiçam o encontro constante com a 'comédie humaine' da atriz megalômana e demasiado sensível, num crescendo performático dos mais histéricos.
Felipe Leal | Em 03 de Fevereiro de 2018. -
O cinema americano chegou a tal ponto de abuso do genérico, que este M.R. é um teste de sensibilidade ao espectador indiferente. Colocar nos termos do "funciona?" é fútil, porque de fato há a motricidade. A pergunta melhor é: ''ainda há quem queira ver?''
Felipe Leal | Em 03 de Fevereiro de 2018. -
Douglas Sirk bastaria. Mas o maior feito de Fassbinder (neste que é um dos maiores do mundo, não se pode discutir) é tornar todo plano um misto de corrosão humana e a celebração daquilo que também sem dúvidas sempre sustentou o cinema: ENCENAÇÃO.
Felipe Leal | Em 24 de Janeiro de 2018. -
-''Men can't be beautiful''. -''Yes they can".
Felipe Leal | Em 24 de Janeiro de 2018. -
Certamente um dos filmes mais perturbadores, não só porque ninguém conseguiria adaptar a perversidade de Ballard como Cronenberg, mas especialmente porque o aditivo deste à trama erótica é tornar o próprio erotismo um artifício do som e da performance.
Felipe Leal | Em 24 de Janeiro de 2018. -
Garrel maestro sublime do tempo e da fricção relacional que fabrica poesia com a câmera: a luz que incide num cabelo, um olhar de falso desprezo, um rosto compassivo quase saltando da tela. E, claro, os caracóis intermináveis das histórias que se repetem.
Felipe Leal | Em 18 de Janeiro de 2018. -
Welles sempre será o maior farsante do cinema: a manipulação narrativa, a fusão ágil da montagem e dos enquadramentos com o documental, tudo partindo da história de homens atormentados pela memória, pela ficção (mentira) e pelo amor. Uma aula, sempre.
Felipe Leal | Em 18 de Janeiro de 2018. -
Não sei se é mais vergonhoso pela intenção escancarada - a de premiar um ator e fazer o filme subsistir de um papel - ou por sequer se assemelhar a um filme: atira ao vento em tantas direções e fica a narrativa um campo de água parada com Oldman gritando.
Felipe Leal | Em 16 de Janeiro de 2018.