Com Metrópolis, Fritz Lang moldou os rumos da ficção científica e abriu espaço para muitas possibilidades imaginativas, voltando a ecoar, anos depois, em estilos artísticos muito próprios, como o gênero cyberpunk, a música eletrônica europeia robotizada e distopias literárias. É, portanto, um triunfo narrativo com visível influência em diversas artes.
Para além disso, a obra mostra-se um triunfo visual e arquitetônico, pois veicula sua mensagem na própria roupagem de sua cidade, na estrutura dos prédios, no caos que engole as pessoas, na fumaça e nas máquinas que funcionam como um organismo mais potente que o humano.
No centro disso tudo, irrompe ainda uma história de amor, que ultrapassa classes sociais e catapulta para o cerne da narrativa a necessidade da conciliação e de humanização para além do desenvolvimento desenfreado.
E é oposta a essa humanização que o homem-máquina, o símbolo do terror científico, nasce e ganha espaço para protagonizar algumas das melhores sequências: primeiro, de forma meio andrógina, causa um desconforto que cravou-se no imaginário coletivo até hoje; depois, na pele da fantástica Brigitte Helm que, quando sorrindo maliciosamente para a câmera ou dançando cheia de personalidade, soube idealizar a melhor antagonista para si mesma.
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