SONHOS (Yume, 1990), financiado pela Warner através do apoio de Steven Spielberg. Inspirado em sonhos de Kurosawa e escrito somente por ele, este é talvez um dos seus filmes mais pessoais e esteticamente belos, além disso, o filme tem algo de despedida envolvendo-o. Através de pequenos curtas, Akira faz uma espécie de gênese sobre o imaginário Ocidental sobre o Japão: com danças e trajes típicos, o monte Fuji, rituais coloridos e oníricos, com histórias que lidam com a relação conflitante e também harmoniosa do homem com a natureza, a aproximação do homem com a morte.
O segmento de Vag Gogh, sem dúvidas uma inspiração ocidental marcante, tem cenas inspiradas em tons impressionistas pastéis, com cores vibrantes e oníricas que emulam as pinturas do holandês, até encontrá-lo na figura de Martin Scorsese. Ele fala em inglês (e não em francês, como os outros personagens no inicio) e imprime sua persona no papel, Van Gogh aqui tem a personalidade típica e trejeitos divertidos do diretor americano. Alguns episódios são um pouco arrastados devido ao didatismo em abordar alguns valores e situações, acho que o filme erra um pouco ao partir para a obviedade de representar o Japão pelo seu exotismo, mas os segmentos em que Kurosawa retrata a natureza, quase como um cosmos da salvação humana, são interessantes.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário