Fugindo do contexto das grandes produções épicas, Centurião com um estilo próprio se sobressai no underground.
Em 117 A. C. Roma está expandindo seu império, superando várias fronteiras, no entanto nas fronteiras do norte, os Pictos não pretendem facilitar essa ocupação e farão de tudo para impedir o avanço de Roma. Depois de capturado, o centurião Quintus Dias ( Michael Fassbender) consegue fugir do domínio de Gorlacon ( Ulrich Thomsen), um sanguinário líder dos Pictos, e se encontra com um pelotão romano destacado para aquela região. Novamente em campo de batalha ele e o pelotão se vêem vitimas de uma armadilha, que acaba no massacre do pelotão e na captura do General Titus Flavius Virilus ( Dominic West). Agora Quintus Dias e alguns poucos sobreviventes, terão que arriscar suas vidas para salvar Virilus, e pior de tudo, sobreviver em território inimigo, sendo caçados por uma rastreadora infalível.
Centurião se desenvolve simples e sem pretensões, e em momento algum tenta se impor. Essa é a melhor característica do filme, com um roteiro simples e o drama deixa espaço para a ação. A história de Quintus Dias não é uma história de glórias e grandes conquistas, é basicamente uma história de sobrevivência. Em território inimigo ele e seus companheiros são caçados implacavelmente pelo rastreadores Pictos, e precisaram de todas as suas forças e habilidades para vencer. E aí que a ação entra, cenas de batalhas são constantes, e mesmo sendo um filme B, a coreografia das lutas impressiona, e a violência reina soberana. A grande habilidade dos romanos fica evidente, porém é ofuscada pela grande presença e malícia dos Pictos. Outro fator exuberante em Centurião, é o cenário e os figurinos: fazendo jus a tradição romana, os mantos e roupas de pele estão presentes, mas toda a grandiosidade dos territórios de Roma, dão espaço para as florestas sombrias e geladas da Escócia, une-se isso as excelentes batalhas, e você tem também uma excelente fotografia.
Quanto aos atores não há o que reclamar, todos que estão ali desempenham bem suas respectivas personagens, mas a surpresa fica com Etain (Olga Kurylenko) a rastreadora Picta que teve a língua arrancada pelos romanos quando criança. Apesar de não dizer uma só palavra, a ferocidade e a beleza da antagonista faz dela uma presença agradável – e odiável – no elenco. A beleza de Olga Kurylenko pode não condizer com as tribos bárbaras, mas é uma grande sensação no filme, que para fugir dos filmes B tradicionais, tenta vender ao espectador uma boa estética – completa o time de beldades a bela “bruxa” interpretada por Imogen Poots.
Unindo essa boa fotografia, roteiro simples e agradável, belas atrizes, e uma bela coreografia nas batalhas, Centurião é um excelente filme B, que acaba se saindo mais competente que muitos grandes épicos hollywoodianos.
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