Uma história de um ícone da cultura japonesa feita para agradar ocidentais, feita com o maior requinte artístico e que cria sua própia realidade pautada na verossimilhança da vida dessas mulheres, seus costumes, suas (não) aspirações. Romantizado? Sim. Na medida do possível, os romances servem para delinear um pouco da situação das gueixas. O único porém foi o filme ter sido tão pouco "oriental" - chega até a parecer aqueles romances clássicos norte-americanos, na segunda parte do filme, com a iminência do fim da guerra. Até visualmente um filme de Yimou Zhang seria concerteza melhor trabalhado, já que a forma de se filmar, a língua, a maneira como a Fotografia é incerida, tudo bem americanizado para contar uma história tão presa a uma região.
A cultura de filmes massificados dos americanos não combina com as possibilidades de fazer um filme sobre Gueixas. É algo distante, visto que a jovem mulher, japonesa, rural, em 1929, falando perfeitamente inglês, até entre os japoneses, é algo indigerível, e soa com muito mau gosto.
A câmera de Rob Marshal - que dirigiu Chicago - filma com toda a falta de calma ocidental, por exemplo: onde um diretor oriental iria começar uma cena filmando um córrego? Ou começar uma cena dentro de um ambiente doméstico filmando o telhado, se estava a guiexa, ali, com seu semblante aflito por causa das agonias vindas de pressões por status?
É também constume dos cineastas por aqui, explorar demais a falta de capacidade de certos espectadores explicando demais o filme. Embora que os momentos em Off sirvam mais pra dar certa moral à personagem, e contar um pouco do que eles entendem - ou criam - sobre a realidade de uma gueixa, esse apsecto acaba meio que fazendo o papel que as imagens não fizeram - em um paralelo recente, temos o mesmo com BB, onde o excesso de imagens sem lógicas tinha de dar espaço para a verborrágica narrativa em Off.
A história trata da vida de Chiyo (Ziyi Zhang), jovem orfã que é vendida a uma espécie de mãe de Gueixas, de início difícil, sua vida vai mudar quando conhece aquele que será pra sempre o seu grande amor, o "presidente" ( Ken Watanabe). Enfrentando todas as adversidades, representadas principalmente na pessoa de Hatsumomo ( Gong Li, sempre linda), Chiyo será preparada e tornar-se-á a grande gueixa de sua região, tornando-se meio que um mito, sem todavia, nunca deixar de amar o presidente.
Memórias de uma Gueixa consegue, todavia, ser um bom filme, a simpatia da personagem principal, sua obstinação, a forma como é bem interpretada pela lindíssima - parece que todas as atrizes orientais unem com perfeição beleza e talento - Ziyi Zhang, de Herói e Clã das Adagas Voadoras, são alguns dos requisitos que dão certo charme ao filme, mesmo sob toda a melodramatização (necessária até certo ponto).
Tecnicamente semi-imecável - continuo achando inferior a uma grande série de filme Orientais - o filme foi com tudo nas disputas por Oscars técnicos em 2006: levou três Oscars, de Figurino, Fotografia (eu prefiro muito mais a de Novo Mundo ou de Seredo De Brockback) e Direção de Arte (essa inegávelmente merecida, apesar de que se Harry Potter levasse não seria mau negócio), concorreu às duas categorias de Som, perdendo pra King Kong (impecável nesse aspecto como bom cine-pipocão que o é), além de Trilha Sonora - que levou o Globo de Ouro -, essa perdendo merecidamente para a de Segredo de Brockback.
Com atuações consisas da jovens de Gueixa, mas nen tanto dos homens da trama, filme não tem muito a destacar nesse aspecto, também, não presisava de tanto. Ken Watanabe está bem artificial e pouco explorado, tá muito galã pro seu talento. A garota que interpreta a principal, Sayuri/Chyio, está bem, com toda a leveza necessária. O outro destaque fica por conta da diva, inigualável em beleza oriental Gong Li, no papel da inescrupulosa Hatsumomo, ratificando o seu talento já muito antes provado em filmes como Lanternas Vermelhas.
É um bom filme, americanizadíssimo. A história escorrega um pouco, prncipalmente na segunda parte - bem cinemão. A direção de Rob Marshal, na medida em que ele se preocupou de fazer um filme sobre orientais, mas com a cara de filmes americanos, pode-se dizer quenão decepciona, criando um filme até prazeroso de se assistir. Ao final, a impressão que fica é poderia ser um filme bem mais grandioso, apenas poderia, se fosse feito lá, no Japão.
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