É nessa mistura de referências cinéfilas, sensualidade, violência, voyerismo e construção de suspense hitchcockianas, metáforas sobre a ilusão, a imagem e seus significados, e do domínio narrativo e de câmera, que De Palma nos entrega mais uma obra-prima.
Um enredo que polariza fobia e obsessão e imerge o espectador, feito de comparsa. De Palma reafirma seu discipulado hitchcockiano à base de uma brilhante aura de tensão e espasmos visuais.
A história acompanha o ator medíocre Jack Scully (Craig Wasson), um típico protagonista de Hitchcock: homem comum, banal, dono de uma ingenuidade inata que o transforma em vítima potencial de gente mais esperta (e sem escrúpulos) do que ele.
Está entre os melhores trabalhos de câmera já feito por mão de homem.
O ator seguindo a vizinha cidade afora tem um efeito altamente hipnótico.Nos envolve por completo,acabamos sendo tão voyeur quanto ele.
Ótimo clímax, interessantes referências a Hitchcock, planos geniais, reviravoltas inteligentíssimas, climão 'trash' oitentista, e De Palma brincando de realidade e ficção, dentro da própria ficção, conosco todo o tempo.