É triste constatar que a primeira década da produção de Almodóvar é bem fraca, só começando a melhorar perto do final. O argumento desse é até curioso, mas a falta de consistência no desenvolvimento e uma montagem difusa prejudicam a conexão com a história. O então jovem diretor ainda tinha muito o que melhorar.
É muito parecido com muitos do diretor nos anos 80 e 90, melodrama regular com alguns momentos fora da curva, nesse tem uma cena de sexo e morbidez que é quase impressionante.
Um Almodóvar ainda meio verde, alongando-se desnecessariamente e tornando a narrativa aborrecida, porém, já tratava de temas do seu cinema com segurança e despudor, com duas sequências particularmente sensacionais (a do elevador e o final).
Marginal e genial. Com uma derrapada aqui e ali, Almodóvar nos conduz ao desejo nu e cru. Icônica a cena de Diego ensinando como um matador deve golpear o touro. A metáfora sexual retirada daí é sexy e mórbida.