Lupas (14)

Um curta de exercício estético que já revelava o talento de KMF cuja crítica social ainda seria aprofundada em O Som ao Redor. O título sugere bem do que se trata o exercício visual (e de som), a prisão da dona de casa de classe média com as tarefas do lar intermediada pelos diversos aparelhos eletrônicos dentro da casa, adentrando a rotina. Nota-se um assunto bastante autobiográfico.

Um prelúdio de Som Ao Redor sem muito conteúdo.

Quem assistiu o Som ao Redor (2012), premiado longa de estréia do Kléber Mendonça Filho, vai perceber que Eletrodoméstica (2005) é praticamente um prelúdio daquele, pois os argumentos são os mesmos, o cenário, e até algumas cenas parecidas. 12-16, NetNow.

O berço de 'O Som ao Redor'.

Basicamente um rascunho do que seria O Som ao Redor. A cena da masturbação foi muito bem dirigida.

Perfeito retrato da classe média e uma aula de simbologias, realizado por um observador e reprodutor de uma realidade cotidiana, do campo das imagens e sons, trazendo a vida cotidiana, o consumismo e os desejos de uma classe conformada, mecânica, cansada.

Mendonça nos atenta para a extrema dependência do ser humano aos recursos eletrônicos, aos quais estamos presos diariamente sem perceber. Ainda há um espaço para crítica ao consumismo. Sexo com a máquina de lavar foi genial.

Seminal para 'O som ao redor', acaba funcionando muito mais como exercício voyeurístico do que como reflexão socioeconômica, terreno sobre o qual Mendonça preferiu pisar com mais desenvoltura em seu primeiro longa.

Não só como ficamos dependentes dos eletrodomésticos mas também como nossa dia pode ficar chato e tedioso na presença deles.

A música é péssima! E que falta de conteúdo!

As máquinas cada vez mais presentes no nosso cotidiano, tornando-nos ainda mais dependentes delas. Nenhuma novidade, a não ser pelo modo imersivo, bizarro e frenético que Mendonça conta. E se a situação já podia ser assim nos anos 90, imagina hoje.

Os eletrodomésticos fazem de tudo hoje em dia. TUDO mesmo! Grandiosa crítica do promissor Kléber.

220 volts.

Kleber Mendonça Filho explode com a classe média em um curta de 22 minutos, se O Som ao Redor for melhor que esse é realmente a obra-prima que estão dizendo por aí.