Lupas (836)
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O código de ética e sociabilidade do Japão retratado através de uma jornada com traços épicos, que carrega uma espiritualidade produzida pelos postulados subjetivos e coletivos presentes naquele meio. A narrativa com os seus saltos e retornos possui um dinamismo que deixa a história quase que com um quê místico, elevando o seu caráter grandioso.
César Barzine | Em 12 de Janeiro de 2021. -
Filme frio e cinzento, onde o silêncio carrega um peso completamente amargo. A presença das duas garotas transmite um enorme vigor, um certo tom azedo que prende a atenção e carrega o longa até o fim. É um filme mais sobre do que não é dito do que aquilo que é dito, pois a narrativa evita uma série de pautas e questões, e é neste vácuo que se encontra a força da obra, tornando ela completamente intimista e humana em seu silêncio.
César Barzine | Em 12 de Janeiro de 2021. -
Parece um capítulo insípido de novela das 6. Não tem a crueldade dos outros filmes do neo-realismo, a história é fraquinha e os personagens não possuem um pingo de densidade. É uma obra deslocada de seu movimento; menos obscuro, mais alienado e chato.
César Barzine | Em 12 de Janeiro de 2021. -
Praticamente todos os aspectos elogiados no filme soaram insignificantes ou sem graça para mim. Roteiro, subtexto, personagens tudo meh...
César Barzine | Em 08 de Janeiro de 2021. -
Acerta na falta de maniqueísmo, o retrato dos marginalizados é frio, fugindo de uma abordagem caricata. Mas durante o tempo todo o filme se demonstra incompleto, como se tivesse faltando um peso a mais e uma trama melhor articulada. A visão cinzenta de Paris foi um acerto, mas o longa se prende tanto a isso que ignora um acabamento mais completo e envolvente.
César Barzine | Em 08 de Janeiro de 2021. -
A primeira parte se concentra muito nos depoimentos pessoais dos familiares do Sérgio, soando até mesmo descartável. Só fica interessante mesmo na segunda metade, quando aborda o intelectual que ele era. Para quem busca conteúdo sobre as ideias do sociólogo não vai achar nada aqui.
César Barzine | Em 08 de Janeiro de 2021. -
De 1900 a 1973, o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo. Crescimento este que parece estar preso a dados abstratos, números nos jornais que nada querem dizer sobre o cotidiano da maioria da população. Hirszman dá voz a esses silenciados, ilumina o discurso daqueles que desconhecem a palavra e transforma em planos alguns rostos que representam uma multidão - uma maioria absoluta que nada tem.
César Barzine | Em 08 de Janeiro de 2021. -
De Sica se desaba completamente quando aposta no humor. Aqui temos uma comédia popularesca com pessoas tentando levar vantagem através de atos bem improváveis. O argumento dá muitas brechas para um mau trabalho, e é isso que acontece: o filme é tosco até o fim. Esbanja um acerto amadorismo com a sua vulgaridade e falta de tato que chega a dar vergonha alheia.
César Barzine | Em 08 de Janeiro de 2021. -
A Itália encarna o personagem do sujeito tolo, ingênuo, que não sabia do que estava fazendo; totalmente desconectado da história e com uma boa suavizada para o lado deles. Paisà tá mais inclinado para o oposto do Neo-realismo Italiano - um filme raso, sem qualqer brutalidade e que tenta colorir a realidade.
César Barzine | Em 08 de Janeiro de 2021. -
Maçante, tenta dar algum charme a sua bizarrice e seu exagero, mas não consegue cativar a atenção. O aspecto carnal é o pano de fundo para uma crítica rasa à religião, retratando de maneira insípida seu autoritarismo e repressão. Mesmo o filme não se levando a sério, há uma sensação meio morta durante o longa, como se tudo ali fosse muito cinzento.
César Barzine | Em 03 de Janeiro de 2021. -
Filme ambíguo, de moral questionável, mas cujo discurso não se torna, de fato, abjeto. O homem calado, meio vazio, e a garotinha solitária que preenche todo um espaço na vida dele - assim como ele também completa as lacunas dela. Um necessita do outro. Vítimas do mundo, eles facilmente podem ser vistos por olhares obscuros. A decupagem penetrante e a fotografia negra (cheia de luzes, sombras, ruas e noites) dão o toque de charme que serve para suavizar essa bela (e complicada) relação.
César Barzine | Em 02 de Janeiro de 2021. -
Uma comédia italiana por excelência. Exaltada, hiperativa, cheia de carisma e charme. Com personagens ladrões que parecem mais pobres coitados do que seres abjetos à margem da sociedade. Monicelli executa o burlesco com elegância, sem cair no caricato. O roteiro equilibra bem a concentração de espaço para cada personagem, fornecendo vários núcleos e dando maior dinamismo ao filme. E pra coroar, uma belíssima loira e outra belíssima morena no elenco.
César Barzine | Em 01 de Janeiro de 2021.