Lupas (497)
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"Ele pode falar como um idiota e parecer um idiota, mas não deixe que isso te engane: ele realmente é um idiota!"
Bernardo D.I. Brum | Em 11 de Janeiro de 2021. -
Uma história incompleta - muito provavelmente dificultada pela produção ter se desenrolado durante o final da guerra - que ainda assim é cama para um grande momento: os fugitivos tentam enganar o senhor da fronteira. O suspense simples e direto funciona de maneira imersiva graças à encenação de Kurosawa, que coordena closes em ponto de vista dramáticos, movimentação cênica e de câmera envolvente e a montagem de ritmo dinâmico e progressivo.
Bernardo D.I. Brum | Em 09 de Janeiro de 2021. -
"This is how I win": o capitalismo moderno eviscerado em uma parábola grotesca. A sensação ao final é de ter sido chutado ininterruptamente por duas horas.
Bernardo D.I. Brum | Em 03 de Janeiro de 2021. -
Após uma primeira hora primorosa com ecos de Polanski, filmando perturbações afetivas de maneira labiríntica e alucinatória, Kaufman mergulha em uma segunda hora ainda mais hermética, perdendo a força ao inserir esquisitices formais despropositadas que, ainda que ainda que ocasionalmente belas (como os números de dança e música), não agregam em nada ao filme. Mesmo mordendo mais do que consegue mastigar, é admirável como Kaufman mergulha sem concessões no clima de melancolia e desconforto.
Bernardo D.I. Brum | Em 14 de Dezembro de 2020. -
Que bagunça!
Bernardo D.I. Brum | Em 12 de Dezembro de 2020. -
A segunda investida de Sorkin na direção é mais controlada e maniqueísta, entregando um derivativo do seu estilo típico. O desenvolvimento dramatúrgico é desigualmente distribuído entre o excesso de personagens (o personagem de Mateen é ejetado da narrativa), mas dentro disso reserva momentos interessantes como a reconstrução do protesto e uma troca sempre interessante entre Baron Cohen e Redmayne. E mesmo sendo excessivo, carrega um final tremendamente simplista.
Bernardo D.I. Brum | Em 04 de Dezembro de 2020. -
Ainda hoje, é um dos filmes mais furiosos já feitos; ignorem os papos de "sensacionalista", "barato" ou "sexista". A obra-prima dos filmes blaxploitation é sinônimo de um inconformismo cinematográfico poucas vezes igualado.
Bernardo D.I. Brum | Em 02 de Dezembro de 2020. -
"O Venom que deu certo", pegando o mesmo conceito de duas mentes habitando um corpo e a dinâmica de ações e partindo daí para um roteiro digno de figurar entre os melhores episódios de Black Mirror, sabendo apresentar as inovações tecnológicas de maneira fluida e abordando de maneira original um pacto faustiano no cyberpunk. O desenrolar da trama é mais grandiloquente que a fúria "pulp" da execução da obra, mas nada que compromete a ousadia digna dos melhores filmes B.
Bernardo D.I. Brum | Em 25 de Outubro de 2020. -
Um dos grandes épicos do cinema é justamente um anti-épico de David Lean, que concebe um filme de grandes planos e ambientes vastos para pouco a pouco erodir o protagonista como o conhecemos e o final não ser catártico, mas anticlimático e trágico, pois os filmes sobre a guerra de Lean são na verdade sobre a tragédia do conflito no íntimo do indivíduo.
Bernardo D.I. Brum | Em 07 de Outubro de 2020. -
A porrada mais linda do mundo. Nunca o desejo foi filmado com tanto "tesão": visceral, inflamado, trágico, enfim. O filme mais vital de Verhoeven.
Bernardo D.I. Brum | Em 02 de Outubro de 2020. -
A versão marginal e devastadora da obra-prima "Tudo o que o Céu Permite", de Douglas Sirk, trazendo os personagens arrasados do seu mestre para uma terra arrasada e ameaçadora.
Bernardo D.I. Brum | Em 27 de Setembro de 2020. -
Uma comédia dramática baseada em frustração. Kitano organiza uma sequência de gags que, se de início patéticas e hilárias, rapidamente vão ficando trágicas e desoladas. Nesse esquema de "trapalhada melancólica", o filme discute artes, aspirações e afeto com a sensibilidade única de seu diretor.
Bernardo D.I. Brum | Em 20 de Setembro de 2020.