Lupas (1136)
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Trata-se de um filme previsível, com personagens bobos e pouco desenvolvidos. Isso não impede que nos prenda a atenção e nos divirta. Pelo contrário, a vilã é bem interessante e o ritmo da narrativa se adequa facilmente, o que dá para relevar vários absurdos e conveniências do roteiro. É o típico filme ruim, mas irresistivelmente bom.
Kennedy | Em 22 de Abril de 2020. -
Uma história de amor pouco convencional e retratada de forma menos convencional ainda, encanta pela leveza e pela verdade das atuações. A fluidez da narrativa (graças a uma abordagem bem naturalista), os diálogos secos, a valorização das trocas de olhares, a exploração do som ambiente em detrimento da trilha sonora, tornam a experiência de acompanhar os personagens bastante real, apesar da improbabilidade de alguns acontecimentos.
Kennedy | Em 13 de Abril de 2020. -
Um típico enredo psicossexual, este filme é exitoso na construção das neuroses de seus personagens, o que torna a experiência de acompanhá-los bem dinâmica. Há problemas no final, mas é um filme que não se pretende sério, valendo mais como uma boa sessão descompromissada bem ao estilo do que se vê em alguns poucos bons filmes genéricos exibidos na TV.
Kennedy | Em 13 de Abril de 2020. -
Traz discussões válidas para a realidade de desigualdade e menosprezo que vivemos. É pesado, indigesto, traz toda a podridão humana à tona, mas se reveste de um pretenso “filme de arte” que quer chocar e fazer pensar, mas no fim das contas fica apenas no raso e em discussões tolas sobre real e imaginário, quando na verdade tinha em mãos uma premissa moral mais interessante a explorar.
Kennedy | Em 13 de Abril de 2020. -
A infância é linda, mas também traumática em vários níveis. Seja pelo comportamento imposto, seja pela violência psicológica ou outras experiências mais ou menos graves, o fato é que durante toda nossa vida buscamos superar medos e aflições geradas na infância. O Jardim Secreto é uma fábula perfeita sobre isso: o roteiro une crianças completamente diferentes procurando seu lugar no mundo, lidando com a ignorância e incompreensão dos adultos, ao mesmo tempo em que veem beleza nas pequenas coisas.
Kennedy | Em 15 de Março de 2020. -
O tom sóbrio da narrativa até dá um certo ar de elegância, mas há momentos em que as atuações não convencem, o que prejudica a imersão. O roteiro peca por não aproximar-nos dos pensamentos íntimos de Kardec, o que torna seu fardo quase incompreensível, uma vez que não são desenvolvidas situações e comportamentos que expressem aflição. Há muita verbalização e pouca ação, justamente o oposto do que deve ser uma obra cinematográfica: “mostre, sugira, mas não fale”.
Kennedy | Em 15 de Março de 2020. -
A imprevisibilidade instiga e incomoda, o que é muito bom. Isso é fruto do roteiro, mas principalmente da direção, que imprime um tom de mistério e incerteza constantes, além de fazer referências visuais típicas de filmes sobrenaturais, o que só aumenta a curiosidade de quem assiste em saber o que de fato acontece. Além disso, embora tenham havido muitas oportunidades para se enveredar para o trash, a direção foi habilisosa o suficiente para lidar com isso.
Kennedy | Em 09 de Março de 2020. -
Demora a engrenar e não se esforça em contextualizar melhor o conflito que é o mote do filme, tampouco olha com humanidade para os refugiados salvos. Assim fica difícil se empolgar, sensação que permanece mesmo após a conclusão. Ademais, incomoda a inconsistência do tom adotado pela narrativa. Ora soa como um drama político, ora como um filme badass e/ou de equipe. Atira para todos os lados e no final não se firma como nada.
Kennedy | Em 08 de Março de 2020. -
Michael Bay é conhecido pela tara em explosões, cacofonia sonora e cacoetes visuais - muito pôr do sol, câmeras inclinadas e ângulos de filmagem. Aqui isso se repete, mas ao contrário de boa parte de seus filmes recentes, não se leva nada a sério, o que o torna muito mais divertido, engraçado e empolgante. Muitas sequências não fazem sentido, são exageradas, mas aí está a graça: é tudo nitidamente proposital.
Kennedy | Em 08 de Março de 2020. -
O roteiro segue fórmulas batidas e é previsível, apesar de vez ou outra revelar fatos inesperados como uma forma de apenas impressionar por impressionar. Por outro lado, a narrativa é envolvente e tem ritmo, graças a uma montagem fluida e ágil ao intercalar passado, presente e narração em off.
Kennedy | Em 08 de Março de 2020. -
Ford vs Ferrari é um cinema de entretenimento, e como tal presa pelo divertimento acima de tudo. As cenas de corrida empolgam e são enérgicas. O problema fica por conta da pretensão de conferir gloriosidade a Ken Miles e de tentar dramatizar sua situação, sendo que não houve nenhum desenvolvimento do personagem para que fosse criada empatia. Por isso, seu final soa indeferente.
Kennedy | Em 02 de Fevereiro de 2020. -
Sam Mendes aposta na força das imagens e do som para contar uma história de comprometimento e sobre o efeito nefasto da guerra no psicólogico. Tecnicamente, é irreparável - cinematografia, edição e mixagem de som maximizam a experiência cinematográfica e exigem que seja apreciado no cinema. A montagem que simula um plano sequência potencializa o cansaço e o frenesi da guerra, mas também estende cenas que não acrescentam à narrativa.
Kennedy | Em 26 de Janeiro de 2020.