Lupas (317)
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Época de narrativas pessoais transgressoras que transparecem o exaspero de uma geração, com seus flashbacks milagrosamente eficazes e não didáticos, que fazem a obra respirar por si própria. Jean Simmons, como sempre, magnética com seus olhos assombrosos.
Felipe Leal | Em 02 de Janeiro de 2017. -
Ford, que é mais esteta do que qualquer outra coisa, tenta misturar três tempos e falha olimpicamente em todos. O presente é enfadonho e repetitivo, a ficção demora séculos para engatar e o passado é recheado de flashbacks caricatos.
Felipe Leal | Em 29 de Dezembro de 2016. -
É um desses filmes com uma premissa tão absurda que acaba por ser cativante e histérico ao mesmo tempo. A química de Dano e Radcliffe é magnética, e entra fácil pra um dos melhores momentos do ano.
Felipe Leal | Em 29 de Dezembro de 2016. -
É incrível como, se olharmos bem de perto, todos os personagens deste Ozu, em praticamente todos os momentos, falam ora do que já foi, ora do que ainda será, num maravilhoso vai-vêm entre a nostalgia e a apreensão.
Felipe Leal | Em 17 de Dezembro de 2016. -
Decerto o cinema apresentou dezenas de personagens dúbias, sejam as femmes fatales do noir ou as mulheres à deriva do cinema moderno, mas é provavelmente impossível encontrar um olhar mais sombrio e angelical, apaixonado e desprezível quanto o de Simmons.
Felipe Leal | Em 17 de Dezembro de 2016. -
Kurosawa é mestre em tomar uma história de assassinato e/ou psicopatia ''comum'' e impregná-la de um horror que na verdade é o grande câncer humano de seu próprio país. E, hoje, quem mais vai conseguir se utilizar do vento ou luz pra construir medo?
Felipe Leal | Em 03 de Dezembro de 2016. -
Pincelada afetiva sobre a vida de um homem, demarcando seus momentos de crise, desejo, dúvida e elevação, mas também conseguindo tratá-lo como um espécime a ser dissecado, sem cair na megalomania do primeiro aspecto ou no laboratório artístico do segundo.
Felipe Leal | Em 03 de Dezembro de 2016. -
A lenda urbana americana que se assume enquanto tal, enquanto crença popular, ''sussurro na sala de aula'', ''escrito na parede''. À exceção dos flashes didáticos e forçados, é sensual, delirante e reflete sobre o próprio gênero.
Felipe Leal | Em 03 de Dezembro de 2016. -
À exceção da fotografia (que não entendo por que teve de ser tão escura, tão feia), um filme belíssimo sobre o humano, o tempo e nossas conexões. Sem aloprar com o fator extraterrestrial e sem didatismos: a imagem respira, fala por si só - isso é raro.
Felipe Leal | Em 26 de Novembro de 2016. -
Se a dedicatória a Max Ophüls no início já é de arrepiar, quando a tessitura ramificada e cruzada de Demy começa a dinamizar e lançar o filme pra lá e pra cá, é certeiro que qualquer um se apaixone por todos os personagens, com suas amarguras e paixões.
Felipe Leal | Em 26 de Novembro de 2016. -
Não sei os outros filmes de Dutra, mas que este tenha conseguido criar uma atmosfera tão opressiva e singular, mesclando um thriller a uma agonia poética sobre os excessos de um homem em pavor, é no mínimo notável. Um dos melhores do ano.
Felipe Leal | Em 26 de Novembro de 2016. -
É a Persona de Chabrol, só que inclinado ao sensual, à volúpia da intimidade e da similitude tão paranoica quanto real de Why. Há tanta abertura para interpretação que a única saída é deleitar-se com as texturas, olhares e palavras.
Felipe Leal | Em 22 de Novembro de 2016.