Lupas (228)
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Complicado falar sobre o filme sem ver a versão restaurada e bem mais fiel da visão de Hitchcock, e assim, a historia é bem fraquinha, com alguns bons momentos e outros bem chatos. O melhor é poder ver um pouco do que e como Hitchcock ia escolher mostras as pessoas, seus olhares e desejos, principalmente na primeira cena e na poderosíssima parte da praia.
Leo | Em 16 de Setembro de 2020. -
Tem todas as características que moldam o melhor das duas primeiras temporadas (não vi ainda a terceira) e atinge patamares de loucura constantemente boas. Não tem como, ninguém faz o que Lynch faz, e embora aqui nada seja definido (e não é pra ser mesmo), há uma ótima aguçada nos temas da serie, mas mais focado. A cena do quadro já entra para uma das melhores da carreira inteira de Lynch e Sheryl Lee da sangue e alma para sua personagem.
Leo | Em 15 de Setembro de 2020. -
Me senti atônito do começo ao fim. A simplicidade que ele aborda seus personagens que vão se aprofundando passo a passo, junto com toda a calma e precisão de ângulos, fotografia, trilha, mise-en-scène, roteiro, atuações, e por ai vai, se transformando lentamente numa força implacável que aumenta cena após cena. O videotape, além de varias outras coisas, é reflexo para o cinema e o olhar dentro dele, portanto, o poder do cinema em nossas reinterpretações de nos mesmos e em nossas transformações.
Leo | Em 14 de Setembro de 2020. -
Kaufman desconstrói e constrói seus personagens os triturando dentro de suas ansiedades, dores e chegando a uma tentativa do quão complexo pode ser cada um. Suas marcas estão aqui, mas numa bagunça que pouco gera a ansiedade que propõem, que é se conectar com a bagunça da mente, e sim caindo na bagunça estética e rítmica que gera cansaço. Assim como em Sinédoque, só que bem mais, Kaufman, falha em como transitar sem se tornar exaustivo, nessa ideia das agustias mentais dos personagens.
Leo | Em 14 de Setembro de 2020. -
Uma trilha foda que sustenta as melhores partes do filme, onde a musica, personagem e ambiente se complementam muito bem, criando uma áurea unica e dando poder a ideia de documentário/ficção. A ideia da mistura de gêneros é boa, o papel que o cinema pode ter, o peso das marcas, mas umas funcionam melhores que outras. A parte de ficção científica parece muito caricata e sem grande importância, e a demora de ritmo atrapalha também. No todo um bom exercício de linguagem.
Leo | Em 11 de Setembro de 2020. -
Direção espetacular, atuações tocantes e uma fotografia maravilhosa. Tirando isso, o filme nunca chega para mim ao patamar de obra-prima que tantos falam. A trama central tem qualidade, com diálogos maravilhosos, mas o ritmo é cansativo demais. As questões que aborda são profundas, em certos pontos, mas não me cativam para suportar o tom teatral e um moralismo que não me toca. A técnica/frieza, me afasta, não me aproxima. infelizmente não sinto a vida ou a deus e sim uma barreira.
Leo | Em 09 de Setembro de 2020. -
Lynch brincando com os gêneros e os sentimentos humanos. Super agradável de ver a mistura do drama com o surrealismo marcante do diretor e com uma atuação impressionante de Lynch. A fotografia e o restante da parte técnica também fazem tudo certo e nos sentimos num puro filme de seu diretor.
Leo | Em 04 de Setembro de 2020. -
Precisava de uma mão melhor para direção e principalmente para direção de atores, mas em seu todo é algo único.Tão desagradável quanto importante. Um real soco na cara de qualquer classe, de qualquer um. É foda, um povo que ainda vive do oprimir e de ser oprimido, em tantas escalas. Uma insanidade conjunta que se reflete diariamente. Não se limita a clichês, mesmo tendo alguns, e trás momentos de pura inquietação para como deixamos isso acontecer e como podemos mudar.
Leo | Em 02 de Setembro de 2020. -
Em vários momentos complexo e pesado como esperamos de Fassbinder. Critica, de forma contundente, não apenas a terceira geração de terroristas da RAF, mas a toda sociedade alemã, que se perdeu no pós-guerra e vive travada em suas próprias hipocrisias. Ao atirar para todos os lados Fassibinder as vezes declina (em algo que é uma tarefa muito difícil) em conciliar todo esse vazio e se torna enfadonho, mas a maioria do filme ainda é cheia de diálogos e momentos maravilhosos.
Leo | Em 01 de Setembro de 2020. -
Fiquei morrendo de vontade de ler a obra original. Não que as imagens sejam um defeito, existem passagens lindas e com muita criatividade, mas o que carrega aqui a maioria da força da obra é o próprio texto escrito por Dostoyevsky e assim existe uma ideia recorrente de que nada chegará no texto dele. Talvez se retirasse toda ou grande parte do voz over e deixasse apenas as imagens seria um filme que se valeria mais dele mesmo.
Leo | Em 28 de Agosto de 2020. -
Dos mais delirantes do cinema. Repleto de metáforas e camadas sobre sexualidade, religião, morte e outras series de relações do indivíduo se despertando com o mundo. O olhar de quem ainda não entendeu a ordem das coisas, tem que assimilar o mundo a sua volta e se entender dentro dele, como todos nós. Um coming of age totalmente fantasiado, mas que trás a força dos melhores do gênero. E também uma das melhores fantasias que já vi, não fechada e otimizada, mas alucinada como a logica de um sonho.
Leo | Em 28 de Agosto de 2020. -
Verhoeven sem amarra nenhuma, indo de cara no brutal e visceral amago de seus personagens. Gosto muito de como, embora o tom seja realista, o filme não busca de fato esse realismo. Vai numa ideia crua de emoção desse romance e das pessoas em torno dele, uma caricatura bizarra que se mostra mais verdade que qualquer realismo. Se não é honesto para Verhoeven ele não diz, nem mostra. Van de Ven e Hauer tem atuações gigantescas. E aquela cena no café, perto do final, é de quebrar o coração.
Leo | Em 27 de Agosto de 2020.