Lupas (228)
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A historia não prende tanto quanto poderia, as atuações não são aproveitadas e tem vários problemas de tom. Isso pela direção super problemática, que corta demais, mexe demais, e na minha opinião erra muito em como e quando mostrar. Falta sutileza para a abordagem de evolução e força para cenas chocantes. O roteiro falha também na personagem da Robbie, com um arco chato e previsível. Trio principal manda muito, principalmente Theron, mas pelos deslizes, nem as atuações, nem o filme decola.
Leo | Em 27 de Julho de 2020. -
É um filme cheio de boas ideias e com um elenco absurdo, mas que não emplaca em momento nenhum. Fica um ar de artificialidade que vai sendo forçado pelo drama exagerado (principalmente nos diálogos) e pelas conveniências. Os personagens se tornam mais conceitos rasos e nunca se aprofundam realmente, principalmente a personagem da Charlize Theron. Sobra uma boa parte técnica e alguns momentos interessantes, mas bem inferior do que poderia.
Leo | Em 27 de Julho de 2020. -
Assolados pela trivialidade, triturados pela falta de oportunidades e desiludidos pela sensação gritante de imutabilidade. Um filme absolutamente importante que traz um olhar palpável sobre os males da segregação racial na sociedade americana. Atuações tocantes, uma trilha maravilhosa e uma direção super delicada.
Leo | Em 24 de Julho de 2020. -
Filme completamente lindo e cheio de sensibilidade a todo o momento. Alain Resnais e Jules Feiffer criam uma obra unica que aborda a eterna procura por si mesmo, sem em nenhum momento ser nada perto do arrogante ou do taxativo e sim sobre a verdade desses tantos personagens maravilhosos. Além de tudo, talvez o melhor filme que já vi em utilizar a língua narrativamente.Deliciosamente criativo, filosófico sem prepotência e cinematograficamente maravilhoso. Tudo que se espera de um Resnais.
Leo | Em 22 de Julho de 2020. -
O roteiro de Korine é muito do que viria a se tornar seu primeiro filme como diretor, Gummo, trocando o ambiente dos grandes centros para a apatia niilista do subúrbio. Kids é o amago de um tipo de vazio juvenil, onde não a criação, ou expectativas, ou procura, ou entendimento. Filme propositalmente incomodo que trás um olhar sobre um tipo de juventude que muitos preferem fingir que não é juventude ou que não existe.
Leo | Em 21 de Julho de 2020. -
Tirando o ato final, é um filme muito bem traçado, esteticamente maravilhoso que estrutura o personagem do William Hurt (que está fantástico) de forma perfeita. Sua apatia pelo caótico sistema de vida moderno que amedronta, de forma menor ou maior, a todos nós, sua busca obsessiva pela "verdade primordial", como as drogas, principalmente as alucinogênicas, sintetizam nele uma forma de se libertar e enxergar a própria consciência e realidade de formas diferentes. Já o final, é bem caótico.
Leo | Em 20 de Julho de 2020. -
Uma sátira totalmente maluca sobre os delírios das guerras, usando um estilo de filme blockbuster adolescente e levando o filme, mesmo sem falar, a tons e momentos com uma carga e profundidade bem fortes. Não funciona todos os momentos, nem em tom, nem em critica, mas é um belo exemplo de como um blockbuster pode ser profundo e de como se pode brincar com gêneros.
Leo | Em 10 de Julho de 2020. -
Alain Resnais sempre sabe deixar seus trabalhos com um estilo único. "Toda a Memória do Mundo" se passa num lugar que parece e é filmado como um filme de ficção cientifica, elevando o caráter até surreal e profundo do assunto da informação nas ramificações da mente e da memoria humana, como coletiva e individual, trazendo a realidade do conhecimento e a importância de sua divulgação.
Leo | Em 06 de Julho de 2020. -
Sempre incomodo "O Cremador" é uma obra atemporal sobre a insanidade do discurso da banalidade da morte, do fascismo, dos que se designam como "superiores", da loucura de sempre se enxergar como fim. A montagem e direção são absolutamente genias com transições e perspectivas que sempre nos colocam na mente do protagonista, chegando, ate, ao cômico-sádico diversas vezes. Recheado de momentos singulares e detalhes maravilhosos. Um terror absoluto.
Leo | Em 03 de Julho de 2020. -
A destruição mental da guerra é estampada nos rostos dos personagens, nos ângulos fechados com pouco espaço para algum tipo de esperança ou libertação, nos cacoetes deixados dos traumas, seja a risada enervante de Masha, a catatonia sufocante de Iya ou o olhar morto de Nikolay. Todos fazendo parte do mesmo desespero, se encontrando, se reconhecendo, tentando. Primeira hora com inconsistências de ritmo perdem espaço para um final cheio de momentos primorosos junto com uma parte técnica impecável.
Leo | Em 03 de Julho de 2020. -
Um filme pessoal sobre família e nossas relações com ela. Dolan consegue vários momentos poderosos e ideias interessantes, mas, como em Mommy, ele se perde constantemente em como contar. A uma auto-importância exagerada demais, que tenta fazer com que cada cena seja perfeita e cheia de significados e nuances, tão mais tão lotadas que muitas vezes se sabotam e perdem sentido. Talvez algum dia venha a obra prima de Dolan, mas ele ainda precisa se amadurecer e se estruturar melhor como cineasta.
Leo | Em 25 de Junho de 2020. -
McQueen tenta impulsionar um filme cheio de tramas, a falta de empatia no mundo moderno (algo que me lembrou O Homem da Mafia, mas lá feito de uma maneira muito mais poderosa e concisa) aliado com a questão racial nos Estados Unidos. O filme se perde constantemente em uma confusão de personagens não tão interessantes, cada um com a sua trama não tão engajante e com soluções bobas na grande maioria. Com um elenco desse, um diretor desse e uma parte técnica dessas dava pra ser muito mais.
Leo | Em 25 de Junho de 2020.