Lupas (317)
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O amor de Pina através/pelos seus dançarinos, tudo explícito na dança, no abraço de cada singularidade que a câmera vai captando como um diário e como uma documentação de segredos. A aparição inesperada de Chantal é sempre esse misto de dor e honestidade
Felipe Leal | Em 18 de Janeiro de 2019. -
A mitologia está encarnada ali; comove pelos 3 eixos de afeto, se expande - isto não se nega. Mas que histeria desconfortável em fazer TUDO acompanhado da própria teoria-HQ, que péssimo gosto em erigir uma Org. higiênica do ar, e ainda cheia de moral...
Felipe Leal | Em 18 de Janeiro de 2019. -
Muitos compararam Byrne a Lynch, especificamente por este título, e a aproximação não poderia ser mais verdadeira, posto que ambos são magos da luz e do excesso patético com vísceras de observação; mas o que é essa direção de um palco? O cinema alargado.
Felipe Leal | Em 16 de Janeiro de 2019. -
O "atmosférico" passa por maus bocados, Susie oscila entre o artificial e o doce, a relevância do Dr. do luto é, digamos, clínica, mas... sente-se algo de palpitação fluindo, de enfeitiçador. A performance é das cenas mais sedutoras que já repeti na vida.
Felipe Leal | Em 16 de Janeiro de 2019. -
Digamos que queria Alfreda ser contemplada com a aparição da Virgem Maria como capricho (e vocação), e acabamos sendo nós os videntes, pela luz, por milagre da visão que é o cinema nas mãos de Oliveira.
Felipe Leal | Em 10 de Janeiro de 2019. -
Nicole Kidman travestida de Ke$ha intergaláctica, Momoa e a abrangência teatral dos peixes que convida à salvar o mundo (resta saber, de fato, qual), nesta que é a versão musical de Eliana e os Golfinhos. Quem o confirma? Um polvo batucando tambor! Ih...
Felipe Leal | Em 10 de Janeiro de 2019. -
J. To e sua base mágica de exceções excessivas à regra: um detetive louco (de paixão, de/à vocação) distorcendo a confusão mais clássica possível entre razão e sentimento como base operacional. A relação afetiva comovente, a trama rocambolesca... trunfos!
Felipe Leal | Em 09 de Janeiro de 2019. -
Oliveira, mago da luz e da fantasmagoria, cria um conto hilária e horripilantemente dúbio de pescador; como nas aparições, a densidade ilusória da presença encarna no amor, na morte. Cintra e Silveira são lendas numa narrativa que flui como um arrepio.
Felipe Leal | Em 09 de Janeiro de 2019. -
(À exceção do já infalível feitiço: Maria de Medeiros) O extremo do divino é a gargalhada, o paradoxo; a possessão trazida ao nível da profecia, sedutora como a fragilidade do homem. Poesia, teatro, Deus, música - devoção e inutilidade. Só se vive louco.
Felipe Leal | Em 09 de Janeiro de 2019. -
Se tratada como a preciosa filmografia não de drogas e pecados/crime, mas como a reformulação da pergunta "de que DEPENDEM os homens para sobreviver na variância de poderes e dejetos em que vivem?", este seria um belo pontapé no cinema de Ferrara.
Felipe Leal | Em 26 de Dezembro de 2018. -
Palavrinha chave para a lenda que consegue inserir num só quarto Streisand de toalha pendurada num parapeito, um musicólogo seminu, uma esposa histérica em agudos hilários, uma cortina em chamas, uma TV chiando e um garçom em serviço? BOGDANOVICH.
Felipe Leal | Em 22 de Dezembro de 2018. -
Importa mesmo que os roteiros baseados em obras de Chandler sejam inteiramente previsíveis da metade em diante (quando muito), quando se tem um rosto como o de Mitchum interpretando a própria decadência numa odisséia no mínimo intrigante?
Felipe Leal | Em 22 de Dezembro de 2018.