Lupas (317)
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Tá aí o que não se esperava: um happy ending tradicionalíssimo e hilário com uma personagem feminina cuja transformação enquanto personagem é a independência feminina dos homens, que aqui sempre parecem um tanto retrógrados.
Felipe Leal | Em 23 de Novembro de 2017. -
Nicolas Cage e Holly Hunter à mesma altura que... ninguém menos que o próprio Cage (e Dern) no subsequente e claramente inspirado Coração Selvagem, de Lynch.
Felipe Leal | Em 23 de Novembro de 2017. -
Não sei se é mais risível a falha homérica em tentar mesclar todas os plots menores num só (os namoricos, os assassinatos, a relação obsessiva com o palestrante), ou se o é essa estrutura tosca de construção de um serial killer e todos os plot twists.
Felipe Leal | Em 16 de Novembro de 2017. -
A estrutura quase esgotada de Hong de bebedeiras/verdades, já há um tempo mediada pelos planos estáticos/zooms, volta se inflar com inventividade: transportada para a tela a relação do próprio diretor com Kim, sobra ainda uma personagem magnética e sagaz.
Felipe Leal | Em 16 de Novembro de 2017. -
A garrafa de ácido é só a metáfora mais deliciosa pra o "riso-de-si" autoconsciente que é a empreitada de realizar um filme-droga, uma alucinação visual - ainda narrativa e extremamente afetuosa e dramática - pura como um livro de Burroughs ou Pynchon.
Felipe Leal | Em 14 de Novembro de 2017. -
A adaptação Hitchcockiana de Benton é irregular e peca por não dar mais atenção a essa Streep lolita, sensual e magnética, mas ainda consegue elaborar um misto de psicologia com memória e pulsões, e atrelá-lo a um thriller na verdade bem envolvente.
Felipe Leal | Em 14 de Novembro de 2017. -
A 1ª metade com uma direção que concentra bem o fluxo de confecção da trama interna, com sua circularidade de opiniões e subjetividades; até que Cantet cai em paradoxos com o protagonista e o filme se torna uma tentativa dramática e falha de humanização.
Felipe Leal | Em 08 de Novembro de 2017. -
O flerte com o horror é a maior injeção de inventividade no cinema nacional em anos. Que a segunda metade se perca numa historieta enferrujada de adaptação e sobrevivência é quase imperdoável. Estiano é possivelmente a melhor atriz brasileira viva.
Felipe Leal | Em 08 de Novembro de 2017. -
Toda a nota vai pra o segmento de Fellini, que não só é genial pelas suas propriedades específicas - a alegoria despirocada e formalista do estrelato -, como é uma releitura dinâmica, hilária e criativa do próprio otto mezzo.
Felipe Leal | Em 04 de Novembro de 2017. -
PROPRIAMENTE um filme de personagens, tão sublime, tão inexistente, tão sedutor na fusão do apolíneo + dionisíaco, e ainda com uma mise-en-scène tão apurada, que chega a ser um dos espécimes que nos fazem acreditar ser possível realizar bom cinema hoje.
Felipe Leal | Em 04 de Novembro de 2017. -
Também conhecido como: o momento em que Carpenter elevou a figura de Kurt Russell surfando num tsunami através de uma Los Angeles destroçada ao mesmo patamar icônico de uma Marilyn com vestido esvoaçante ou de um De Niro diante do espelho.
Felipe Leal | Em 31 de Outubro de 2017. -
O momento em que o irmão "retorna" é de uma genialidade tão simples e amarga, que toda essa perpetuação daquilo que Bellocchio havia começado em 'De Punhos Cerrados' paira como um fantasma ao mesmo tempo familiar, representativo e subjetivo. Obra-prima.
Felipe Leal | Em 31 de Outubro de 2017.